quinta-feira, 19 de novembro de 2009

23 11 09






no fim das contas, como minha câmera não liga mais eu decidi ir pra Iquique que eu sabia que tinha uma Zona Franca onde era mais barato... Fui pra lá e fiquei no Backpacker's Hostel Iquique... massa o lugar... Uma mesa de sinuca boa.... bem pertinho da praia...tinha um terraço que dava pra ver a praia e curtir um pôr no mar massa... No fim das contas acabei ficando uns 3 ou 4 dias... No penúltimo dia me pilhei de alugar uma bóia e ir surfar... Mas fui seguir o dono do hostel e fomos dar o banho num lugar casca... cheio de pedras... A onda pesadaça... quebrava violenta no meio e depois ficava gordaça.. Nao dava pra dropar em qualquer lugar, só bem ali onde ela quebrava primeiro e era violenta... não me dei muito... peguei uma ou outra onda e ainda depois do drop era casca de passar a espuma... Nada parecido com o que eu surfei no Peru... mas valeu pela experiencia. Aqui mais pro sul tem outras praias... To pensando ainda se vou ou não... To sem prancha e alugar é muito caro... tem que pensar em tudo... Nos últimos dias conheci um paulista no hostel que me passou umas músicas novas... Que tava foda ouvir Tim Maia racional ou o África Brasil do Jorge Ben de nooovo e de novo... que era só o que eu tava ouvindo... Agora tenho uns Paulinho da Viola... Roberta Sá... Secos e Molhados... Zeca Baleiro.... até uns Marvin Gaye e Buena Vista Social Club... Bom pra dar uma variada. No fim comprei uma câmera e um cubo mágico dos profissional e fiquei todo bobo com meu novo brinquedo e já podia ir pra San Pedro de Atacama.
Peguei um ônibus até Calama e outro de lá até San Pedro de Atacama. Perguntei por camping e me indicaram um e quando cheguei lá nao era mais barato que ficar em hostal barato... mas como eu já tava lá acabei ficando.. montei a barraca embaixo de uma árvore e quando vi encontrei minha palheta do cavaco que tava sumida desde La Paz. Mas descobri que tinham sumido os meus livros e umas cartas e fotos da neni que tavam dentro... Tragédia...
Fui dar uma volta pela city pra ver o que eu ia fazer de passeio e vi que dava pra ir pro Valle de la Luna aquele dia ainda... Encontrei um lugar mais barato e fui... Fomos primeiro pro Valle de la Muerte que tem esse nome porque nada sobrevive ali de tão seco e pela salinidade também.. Não existe planta nem bicho nem nada... Só pedra e areia. Mas na real era a mesma merda de deserto que eu tava vendo nos últimos 3 meses e tanto no Peru. depois fomos prum pico onde meio que dava pra ver o Salar de Atacama só pra tirar uma foto e depois fomos pro tal Valle de la Luna. Tinha que pagar pra entrar no lugar, que era só a mesma porra de deserto. Ficamos pra ver o pôr-do-sol, que foi legalzinho, mas mais palha que ver na praia, ou até no Guaíba se pá. Na volta fui na agencia de turismo pra fechar pra ir nos Geyseres de Tatio no outro dia. Paguei tipo 26 dolares e no outro dia iam me pegar as 4 da manhã. Às 4 tava eu lá atrolhado de roupa na frente do portão porque tinham dito que lá pode chegar a 12 graus negativos. Fiquei lá esperando até as 5 quando cheguei à conclusão que não iam mais vir e voltei pra dormir. No outro dia acordei e fui lá pedir meu dinheiro de volta. Tava tão anojado que já tava por ir embora e nem ir mais nesses tal de Geyseres que acho que nem deviam ser tão legais assim. Fiquei o dia inteiro rateando esperando o bus pra Santiago que era às 19h. Peguei o ônibus que levou quase 24h pra chegar em Santiago.
Cheguei em Santiago, peguei um metrô pra ir até o hostel que eu queria ir. Cheguei lá e obviamente tava lotado... Ando com uma sorte inacreditável... Mas felizmente tinha um outro na esquina. Era legalzinho... Encontrei um casal que tava em Cusco também... Tinha uma sala de TV e uma mesa de fla-flu podre. Decidi que eu vou escolher hostel agora vendo quais tem mesa de sinuca.. Que dessa vez senti falta... Lá não tinha bar mas na noite rolou umas ceva grátis por meia hora. Mas nem cheguei a sair na noite... Só tomava a ceva grátis olhava um pouco de TV e ia dormir. No segundo dia saí pra caminhar por Santiago. No meio do caminho um cara começou a falar comigo e eu tava meio ignorando porque tava tão acostumado a loco só querer falar comigo pra vender alguma coisa como era no Peru, mas o cara tava só por trocar uma idéia... Tava bebendo com uns amigo num bar na calçada... Então fiqui ali um pouco trocando uma idéia e depois segui pro centro dar uma turistada. Entrei na Catedral e foi um negócio muito louco... No que entrei senti uma coisa muito punk... Acho que pela imensidão do lugar... Mas rolava uma energia forte... Sentei no banco e dei um tempo... Foi muito bom ter ido lá... Dei um tempo pra cabeça... Depois fui caminhar pela catedral pra conhecer... Muito bonita mesmo... Depois saí dali e fui procurar casas de câmbio e depois fui até uma praça muito massa... um parque enorme... num morro... tem um elevador panorâmico pra subir e depois é só ir descendo... Mas muito bonita a tal da praça Santa Lucia... ou parque... não sei... Várias vistas bonitas da cidade e tal. De lá me perdi um pouquinho pra variar e depois fui comer uma pizza e fui pro hostel.
No outro dia fui buscar minha roupa na lavanderia e fui pegar o ônibus pra Valparaiso. Já tinha decidido que ia ficar num hostel que tinha um trapézio na sala que eu vi num guia que tinha grátis no hostel em iquique. Peguei o ônibus e fui curtindo um filme e quando cheguei em Valpo peguei um taxi que custou mais que o ônibus até lá e cheguei no hostel. No mesmo dia fui caminhar pelos Cerros que tem aqui e no fim acabei dando uma pernaada e fui até a casa do Neruda, que é um museu numa casa onde o Neruda mor0u. É muito louco porque ele era todo pilhado na decoração da baia... Tudo é pensado... Cada coisa tá no lugar onde tinha que estar... Os quadros... Tudo... Ele era todo detalhista nesses negócio... Bem interessante... Lá não tem guia mas eles te dão um aparelhinho que tu digita um número dependendo de onde tu tá e o negócio fica falando tipo telefone te guiando. Em português ainda... Foi bom ouvir coiisas em português... não precisar pensar na tradução. De lá saí pra caminhar por outro caminho pra voltar e óbvio que me perdi. Pelo menos conheci bastante...
No outro dia peguei um metrô e fui pra Viña del Mar. Já tinha lido na internet q tava rolando uma mostra de cinema e nesse dia ia t uma mostra d curtas brasileiros. Então cheguei lá e fui dar um tempo até a hora da mostra. Fui até uma das praias, dei um tempo por lá, depois fui até um centro cultural e vi uma exposição de gravuras muito loucas e depois fui ver a mostra. Aquela coisa de sempre... Um ou outro bom e o resto uma palha seca. Mas valeu mesmo assim. Depois da mostra voltei pro hostel e fiquei por lá rateando...
No outro dia só fui até o tal do "museu a céu aberto" que nada mais é do que umas pinturas em umas paredes em um bairro lá. Mas na real eu achei que tinha grafitti mais interessante que aquelas pinturas por lá. Só o legal é que pra chegar lá subi naqueles ascensores... Me senti o Che no diários de motocicleta... Depois desci caminhando mesmo. Tava meio pestiado e com dor de cabeça então voltei logo pro hostel. No outro dia acordei meio angustiado e não me animei mais de ficar lá e juntei minhas coisas e saí. Fui pra Santiago pra depois pegar o ônibus pra Pucón, que só saía às 22h50. Ainda bem que eu tinha baixado o Noites Tropicais do Nelson Motta, daí ao menos tinha o que ler durante esse tempo todo. Depois de passar o dia inteiro esperando o ônibus acabei finalmente saindo de Santiago rumo ao sul. Acabei não surfando em Pichilemu como eu queria, mas azar.. fica pra próxima.
Cheguei em Pucón de manhã e tava um dia tri bonito. Daqui dá pra ver o vulcão Villarica, alto as ganha e coberto de neve. Ainda não sei se vou subir, porque custa uns 70 dólares e eu não sei se tá valendo... A grana ta acabando já e quanto mais dinheiro eu gastar nessas coisas menos tempo eu tenho.
Hoje acordei meio angustiado de novo... Vontade de voltar a dormir de novo e de novo e nunca mais sair da cama... nem curto ficar falando sobre isso porque depois nem quero me lembrar do que me passava pela cabeça quando eu não tava legal... Prefiro deixar por isso e esquecer. Ainda não sei quanto tempo eu fico aqui nem sei direito praonde vou depois... Mas isso tenho pelo menos até amanhã pra decidir. No mais tá tudo bem... Isso eu sei que passa. Ainda to um pouco pestiado mas comprei uns remédios e acho que vai ficar tudo certo. Agora vou sair que a fome tá apertando e nessas de não sair da cama eu perdi o café da manhã...

sábado, 7 de novembro de 2009

08 11 09









Sempre que eu fico um tempo sem postar nada vai acumulando cada vez mais coisa e eu sei que vou precisar de cada vez mais tempo e eu vou deixando deixando... faz quase um mês desde a última vez então vou tentar ser um pouco mais suscinto. Fui pra Arequipa, e já tinha decidido que ia ficar em algum hostel com mais gente pra não ficar tão sozinho, então decidi que ia ficar no The Point. No site diziam pra se ligar que os taxistas podiam querer convencer a ir a outro lugar e tal só pra ganhar comissão, então quando o taxista quis me mostrar "aquele é o vulcão El Misti" eu respondi "não, vou ficar no The Point mesmo..." depois de uns 10 segundos que eu entendi o que ele tinha dito daí tentei consertar e apontei pruma outra montanha e perguntei se aquilo também era um vulcão... Colou mais ou menos, mas azar se o taxista pensa que eu sou louco. O hostel era bem legal, só gurizada viajando na mesma pilha, mas a maioria mais velha que eu, mesa de sinuca, fla-flu... até um projeto de piscina que dava pra sentar no pátio. Conheci um pessoal e conversei com dois americanos que iam pro Cañon del Colca no outro dia e perguntei se podia ir junto. O George (cujo nome é George Michael...), que é bombeiro de floresta nos EUA e trabalha 6 meses por ano e tem 6 meses de folga, e o Jeff, que é formado em Geografia mas trabalha com criança autista. Então arrumei minhas coisas pra no outro dia ir pro canyon. Como a gente pensava em acampar, levei barraca, isolante, saco de dormir, além de roupa, o cavaco e outras coisas que eu esqueci de tirar da mochila. Na hora de sair eu já vi que tinha exagerado e tava muito pesada... mas azar... E então começou o Trekking Indiada parte I. Primeiro pegamos um onibus pra uma cidade chamada Chivay. O ônibus não tinha banheiro e o Jeff e o George tiveram que mijar numa garrafa, o que depois virou prática comum nos outro ônibus sem banheiro que a gente pegou... Dica: Sempre leve um litrão de qualquer coisa pra casos de emergência... Chegamos em Chivay e eu fui comer umas empanadas e eles foram comer uns sanduíches com abacate e mais umas porcarias. Na rodoviária. Não podia dar boa coisa... Ficamos então esperando o ônibus pra Cabanaconde... Quando o ônibus chegou umas 50 pessoas tentaram entrar no ônibus que já estava cheio... Era uma superlotação como eu nunca vi igual... A gente desistiu de entrar no ônibus, mas todos que queriam entraram... devia ter umas 80 pessoas naquele ônibus... sem mentira... tinha nego pendurado pra fora do ônibus que quando a porta fechou foi espremido pra dentro... e disseram que é assim todos os dias... Nós esperamos o próximo ônibus e conseguimos até lugar sentado. O caminho foi sinistro, umas 4 horas de estrada de chão com o ônibus não passando dos 30 por hora, mas enfim chegamos. Fomos prum hotel que era 10 soles a noite, e daí fomos comer uma pizza no hotel mesmo. Pedimos uma pizza Família porque eu tava vesgo de fome e quando a pizza chegou foi a decepção... A pizza Família era pra órfãos mais ou menos... não fez nem cócegas e custou uns 35 soles... No meio da noite os sanduíches de abacate começaram a fazer efeito no Jeff e bateu o desarranjo... E o banheiro não tinha assento... Eu só fui saber no outro dia quando me acordaram querendo ir embora dali de uma vez.. não quiseram ficar nem pro café da manhã... E fomos em direção ao Segundo Canion mais Profundo do Mundo(?) com uma mochila muito mais pesada do que devia. Como a gente não queria pagar guia e coisarada fomos por conta própria sem preparo nenhum sem mapa sem nada. Óbvio que nos perdemos assim que saímos da cidade. Mas encontramos uma das 3 trilhas que desciam até lá embaixo, mesmo que não era a que a gente queria. Nessa função toda acabou que a gente tava descendo o Cânion no sol do meio-dia, com mochilas pesadas e o Jeff desarranjado. Ele ficou pra trás enquanto eu e o George fomos descendo, e quando chegamos o George voltou pra buscar o Jeff que tava semi-morto no meio do caminho. Lá embaixo eu pensei que a gente ia acampar roots no meio do nada, mas tinha um lugar com piscina e tudo, e pra acampar custava 5 soles e pra ficar em uma cabana numa cama era 10 soles... Ou seja, óbvio que eu não ia montar a barraca e dormir no saco de dormir se podia dormir numa cama, e os dois já tavam decididos a ficar na cabana também então ficamos os 3 numa cabana. Como o Jeff tava mal das perna e passou a noite toda frequentando o vaso a gente concluiu que tinha que passar mais um dia lá embaixo antes de subir tudo aquilo de novo. E subir tudo aquilo com a mochila nas costas acho que foi uma das coisas mais difíceis que eu já fiz na vida fisicamente. Por sorte passaram uns caras com umas mulas e o Jeff pagou 30 soles e subiu montado na mula... Daí eu que fui ficando pra trás... O cara chegou a me oferecer a mula, mas eu não quis na hora e depois quando mudei de idéia ele já tava longe e eu tive que seguir na raça mesmo. Mas consegui. Milagrosamente. Depois pegamos o ônibus de volta direto pra arequipa que foi umas 6 horas e pouco sendo umas 5 de estrada de chão. Mas chegamos. Indiada da vida. Mas foi divertido até. Rendeu umas boas risadas.
De Arequipa fomos os 3 pra Puno, no lago Titicaca. Pegamos um ônibus de 15 soles os melhores assentos, no andar de baixo. Mas o banheiro estava trancado e o George apelou pra garrafa novamente... Um cara nos disse que o motivo pelo qual tem ônibus tão barato é que os traficantes montam empresas de transporte pra lavar dinheiro, então o objetivo não é lucrar mesmo... Pelo serviço porco eu até acredito... Nada de muito interessante pra colocar sobre Puno na real, fomos nas ilhas flutuantes e numa outra ilha onde vive um pequeno povoado, que é um teto imaginar como as pessoas vivem isoladas totalmente do mundo e tal com o mesmo estilo de vida há séculos... Só que pra chegar na ilha são umas 3 horas de barco pra ir e 3 pra voltar, e a ilha já fica numa baita altitude e ainda tem que subir um morro... Eu já tava achando aquilo mais uma indiada...
De Puno fui pra Cuzco, finalmente... Já estava há 3 meses no Peru e ainda não tinha ido a Cusco e a Machu Picchu (ainda nao sei onde são os dois 'c')... A cidade é muito bonita, toda ela é antiga, não tem nada de prédios modernos, mas é tudo bem ajeitadinho graças à grana afu que entra do turismo. Fiquei no The Point de novo, que também era legal... Um dia fomos nas ruínas incas que tem em cima do morro ali do lado da cidade mesmo, Saqsayuhaman (ou Sexy Woman). mas chegamos lá e era 40 soles só pra entrar lá. Óbvio que a gente não ia pagar, e conhecemos um cara do lado de fora que por 10 soles nos levou pra entrar na camufla por um lado... Tivemos que dar uma corrida morro acima, se esconder nuns arbustos, mas tudo certo... Ele ainda foi nosso guia lá dentro.
A noite em Cusco não tem nada de muuuito especial na real... tem uma cacetada de lugar, mas tipo, no bairro de San Blas tem uns barzinhos com música ao vivo com bandas boas até... Mas perto da plaza de armas, que é onde acumula a maior parte dos bares, só toca as mesmas 5 músicas em todos os lugares todos os dias. O bom é que além de ser grátis eles ainda te dão cupons de Free Drinks na rua enquanto tentam te arrastar pra algum dos bares. O free drink é sempre rum com coca, mas o bom é que dá pra ir de um bar pro outro a noite toda e ficar bêbado de graça. Claro que tu só faz isso uma vez, porque no outro dia tu não quer mais nem ver rum com coca...
Machu Picchu foi uma indiada à parte. Eu já sabia que tinha como ir sem ser com o trem, e então um dia peguei minha mochila e fui pegar uma van até Santa Maria, pra depois pegar um taxi até Santa Teresa. Pra achar a rua onde se pega as vans eu já me perdi. Dentro de Cuzco. Mas peguei a van e 4 horas depois estava em santa maria. No que eu desci da van já tinha um monte de taxista esperando pra levar pra santa Teresa. Mas claro que tu não vai sozinho... Tinha ao menos umas 7 pessoas a mais no taxi, inclusive uma senhora comigo no banco da frente. Quando ele ia engatar a terceira eu tinha que levantar a perna... Masum pessoal desceu no meio do caminho e depois foi tranquilo. Durmi em Santa Teresa e no outro dia sabia que dava pra ir a pé até a Hidrelétrica e depois era só seguir o trilho do trem até Aguas Calientes. Pois bem... Indiada Trekking parte II... Perguntei como fazia pra ir até a hidrelétrica e a mulher explicou e eu entendi mais ou menos que tinha uma escola e que tinha que dobrar a direita e que depois era só seguir que só tinha um caminho. Eu saí dali, fui andando, vi uma escola, dobrei a direita, e segui pelo único caminho. Depois de caminhar uma meia hora eu resolvi só confirmar se tava indo no caminho certo... E óbvio que eu tava indo pro lado errado... Tava descendo o rio, e a hidrelétrica era subindo o rio. Tive que voltar tudo, perguntar de novo, e então descobri que era pra dobrar à direita bem antes, e que a escola era lá embaixo... E depois realmente, só tinha um caminho... um looooongo caminho... Atravessei a ponte e fui costeando o rio e nada da hidrelétrica... quando depois de muito tempo eu vi uma água saindo de algum lugar, descobri que não era ali ainda... tinha que caminhar mais um tanto... Mas cheguei na parte onde tem os trilhos e fui seguindo os trilhos. É uma bosta caminhar pelos trilhos do trem... As pedras tem um tamanho preciso pra ser o mais incômodo possível de caminhar, e os dormentes estão a uma distância precisa um do outro pra ser muito perto pra pisar só neles e muito longe pra pisar a cada dois deles. Mas enfim, 5 horas e meia depois eu estava em Aguas Calientes. Durmi por lá e no outro dia estava sem condições de subir a montanha toda a pé, e apelei pro ônibus de 7 dólares... Mas foi uma decisão acertada, porque de lá de cima dá pra subir até uma outra parte, uma montanha mais alta onde tem umas ruínas também, Wayna Picchu, que só 400 pessoas podem ir por dia, e é íngrime afu e leva uma hora e meia pra subir, se eu tivesse subido a pé até Machu Picchu nunca que eu ia ter conseguido subir Wayna Picchu. Aquele lugar todo é muito louco... tentar imaginar como as pessoas viviam ali, no meio do nada, aquelas construções com aquelas pedras perfeitamente encaixadas... É de se admirar mesmo.... E fica em um lugar muito bonito, as montanhas todas na volta... Tudo muito bonito... Não tenho muito o que dizer em termos históricos porque eu não segui nenhum guia, só fui andando e curtindo o lugar, pra maiores informações melhor perguntar ao Google. Até porque o pouco que eu ouvi dos guias cada um dizia histórias diferentes... Pra descer a montanha eu desci a pé, pra baixo todo santo ajuda, mas cheguei lá embaixo agonizando, e sabia que não tinha a menor possibilidade de eu voltar caminhando pelos trilhos... Peguei o bom e velho trem até Ollantaytambo e um microonibus até Cuzco. Cheguei num bagaço, mas cumpri a missão de ir até Machu Picchu. Se querem uma dica, não caminhem até a hidrelétrica, existem vans que levam... Poupa umas 2 horas e meia de pernada que fazem diferença no outro dia... E se informem bem pra não se perder como eu... mas eu já to acostumado a dar uma perdidinha sempre...
Por fim, depois de dias em Cusco esperando notícias do tal do correio desisti e peguei um ônibus pra Arequipa e outro pra Arica, já no Chile, onde me encontro nesse momento deitado na cama em uma hospedagem perto da rodoviária. Primeira impressão sobre o Chile: muito mais 'globalizado' que o Peru, mesmo bem perto da fronteira... Nem todo mundo tem cara de índio, tem até uma galerinha Indie, e tudo é mais caro. Amanha vou tentar conhecer a praia e no outro dia já quero ir pra San Pedro de Atacama.

domingo, 11 de outubro de 2009

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Faz uma cara desde a última vez que eu escrevi e muita coisa já aconteceu desde então... Mas quanto mais o tempo passava mais coisa eu ia ter que escrever daí mais eu ficava me salameando com preguiça de escrever... mas como agora eu tenho 2h17min pra esperar o ônibus pra Arequipa e já estou esperando faz algumas horas e não tenho mais absolutamente nada pra fazer vou ficar aqui escrevendo no Word que depois quando eu puder eu posto.

Acho que a última vez que eu escrevi eu estava em Chiclayo... Pois bem... no outro dia eu fui fazer um tour pelos sítios arqueológicos e museus que tem por perto de Chiclayo. Eu, umas tias que acho que eram professoras, um casal de gringos que na soma devia ter uns 140 anos, e uma mãe com a filha. Programão. Fomos primeiro em um sítio arqueológico bem importante, onde encontraram uma tumba de alguém importante que ficou conhecido como o Senhor de Sipán. Também encontraram várias outras tumbas e tal... E tem um museu bem rico nessas coisas desses povos pré-Incas. Depois fomos em um outro museu em Lambayeque, que é do lado, onde tinham várias coisas de vários povos.. e uma sala só com coisas de ouro... E depois fomos na “maior pirâmide das américas”... Eles adoram dizer que tudo é o maior, mais extenso, mais importante, mais antigo... Talvez eles digam isso porque não podem dizer que é o “mais interessante”, daí metem um outro superlativo pros turista acharem que devem ir conhecer. Pois bem... a pirâmide, como boa parte das construções, foi feita de adobe, que são esses tijolos de barro que não vão pro forno. Mas depois de todos esses anos de ventos e El Nino ela foi sofrendo os efeitos da erosão como qualquer montanha, e hoje não dá pra dizer o que é pirâmide e o que é montanha... Além de que a pirâmide não tem uma forma exatamente piramidal... não tem uma ponta. São só como se fossem plataformas que foram sendo construídas um andar de cada vez, e às vezes dá pra ver onde termina um andar e começa outro... Mas de longe parece só um morro. Depois das pirâmides passamos em uma loja onde vendem os “famosos” King-kong, (ou kingkones, no plural) que é um doce tradicional que eles têm lá. Rolava uma degustação mas eu não curti e não comprei. Depois uma das tias me deu de presente um pacote de merengues com um recheio meio estranho que eu não consegui comer tudo e deixei o resto no hotel.

No outro dia fui até o terminal dos ônibus e comprei uma passagem para Pacasmayo, pra ver se rolava um surf. Eu sabia que não tinha swell nenhum, mas queria ver pra ter certeza. Desci do ônibus e peguei um moto-taxi até a praia pra ver se tavam rolando as ondas. Como elas não tinham nem 20cm eu voltei pra parada e peguei um ônibus até Trujillo, e de lá dividi com um casal de gringos um táxi até Huanchaco. Cheguei lá e fomos caminhando procurar hotel, e passou um bodyboarder saindo do mar e disse que tava num hotel ali perto que tinha banheiro privativo com água quente e TV a cabo por 15 soles, o Plazza’s, então fomos pra lá. Foi a sorte, porque na primeira noite, como fazia uns dois dias que eu não comia nada decente porque não encontrava nada de bom sem carne em Chiclayo e tava na base de pão e bolachinha, eu decidi procurar algo nutritivo pra comer, e achei um restaurante de comida mexicana que tinha um burrito vegetariano... Tinha varios vegetais e tal e feijão... Pensei que ia me fazer bem. No outro dia já acordei mal. Tentei ir até um lugar ali perto tomar café da manhã e achei que ia morrer no caminho. Não consegui comer e fiquei desarranjado por uns dois dias e meio. Dei graças a Deus que eu tava sozinho no quarto com um banheiro só pra mim, e que tinha TV a cabo, porque eu não saí do quarto praticamente. Ia até a esquina e tinha que voltar correndo pra ir no banheiro. Depois comprei um remédio que a mulher do hotel me recomendou e vários Gatorade e aos poucos fui melhorando. No fim fiquei uns 5 dias em Huanchaco quando podia ter ficado bem menos. Mas não dá nada. O ruim de ter um quarto só pra ti é que tu acaba não conhecendo ninguém. Tinha dias que eu só falei com a mulher da recepção.

Como eu estava acompanhando o swell que tava chegando pelo site do INPE (ondas.cptec.inpe.br), quando o swell tava chegando eu me larguei pra Chicama. Encontrei um gringo na recepção que tava com a bóia e tava indo pra Chicama de táxi daí eu já entrei na barca junto. No fim acabei gastando pouco mais do que eu teria gasto se tivesse pego um táxi sozinho até Trujillo e um ônibus até Chicama... Então tudo certo. Cheguei e os gringos ficaram um uma hospedagem que eu não curti e fui caminhando até o famoso El Hombre. Lá tinha uma galera bem legal... Um casal de alemães, uma inglesa que tava com um suíço, um uruguaio que vivia na Inglaterra... Todo mundo muito gente boa e um ambiente muito massa. Logo já fomos dar o banho. Como o Point ainda não tava funcionando fomos pegar onda no Cabo, que é a uma meia hora de distância caminhando por pedras de todas as formas e tamanhos possíveis. Ali era importante ter uma botinha... O que eu machuquei meus pés caminhando naquelas pedras não ta no gibi. Pra surfar no Cabo tem que pular de uma pedra na hora certa em que a onda vem, e então tu dá uma remadinha e uns joelhinhos e já começa a pegar as ondas... A corrente é bizarra, então não existe remar de volta... tem que ficar ligado em quando chega em uma parte em que tenha uma praiazinha com areia pra sair... Senão se tu tenta sair pelo lugar errado vai chutando pedra e pisando em pedra e se cortando o tempo todo. Mas é uma viagem porque tu pega uma onda e quando ela acaba tu espera ali mesmo e já vem outra e tu já pega e já segue... Depois sai, caminha de novo até o pico que se pula da pedra e vai de novo... Na segunda vez eu tava chegando mas não tava bem posicionado pra pular e veio a onda e eu fui pular acabei pulando meio atrasado e dei com o joelhão e os pés na pedra... Consegui furar o long no joelho e cortar afu meu pé... Bem pateta. Mas nesse dia já fiquei apavorado com como a onda era longa... Saí de lá quando já tava tri escuro e não se enxergava mais nada com um sorrisão no rosto de quem tinha pego as melhores ondas da vida até então. No outro dia de manhã fomos surfar lá de novo... Altas ondas, longas afu de novo... As ondas não eram muito grandes, mas eram boas e longas... depois que tu pega a manha de entrar na onda só vai... Na tarde dormi até umas 5 quase, mas já tava funcionando o point, então entrei ali e peguei a onda mais longa que eu já tinha pego na vida... Só peguei uma onda no point e depois outras pra sair e tava mais do que faceiro... No outro dia de manhã point de novo, e na tarde de novo. Na tarde peguei uma onda bizarra de longa, e quando ela fechou eu saí e já peguei a de trás e fui mais muuuito longe, daí quando terminou a de trás eu não peguei mas peguei a seguinte e fui muuuito longe de novo... Acho que andei mais de quilômetro em 3 ondas... Cheguei a ficar com as pernas cansadas. Ondas perfeitas, do tamanho que eu gosto.. Melhores ondas da vida com certeza. Mas depois quando entrei de novo o mar já tava piorando e a corrente aumentando e já não me dei mais muito. No outro dia já não tava mais funcionando o point então eu arrumei minhas coisas e fui embora... E o pessoal foi surfar no Cabo. Tava meio arrependido de ter ido embora... porque o pessoal era muito gente boa... tinha sido o melhor momento da minha viagem e eu tava indo embora... Mas esses dias encontrei os alemães em Lima e eles disseram que naquele dia as ondas tavam palha e eles também foram embora logo depois... Então não perdi nada no fim das contas.

De lá fui a Trujillo e então fui a Huaraz, na cordilheira branca, onde eu fiz o Trekking Llanganuco – Santa Cruz, de 4 dias e 3 noites, e foi simplesmente demais. Cada visual... Pra qualquer lugar que tu olhava a qualquer momento era uma vista maravilhosa... Na primeira noite quando chegamos no camping começou a chover, e eu já tava angustiado de ficar dentro da barraca cuidando pra não encostar nas paredes senão molhava tudo... Mas depois a chuva parou e não choveu mais o resto do tempo... e foi tudo certo... Bah, depois de surfar Chicama essa foi a melhor coisa que eu já fiz nessa viagem. Simplesmente não tem como descrever. A paz que tu sente quando senta na beira de uma lagoa com a água azul na beira de um pico nevado... Não tem explicação. Foi caro, mas valeu muito a pena.

De lá fui a Lima, queria vender minha prancha, mas no primeiro dia me pilhei de ir surfar em Miraflores, que era o bairro que eu tava, no hostel Pariwana. Só que eu tava a umas 10 quadras do mar, e era no meio da cidade. Saí de long e prancha e pé descalço pelo meio da city, no meio da galera de terno, todo mundo me olhando... Só eu assim... E ainda quando terminou a rua a praia ficava descendo um barranco a uns 500m pra baixo (tah, talvez menos) e não tinha por onde descer. Tive que andar mais umas 5 quadras até achar uma escadaria que fosse até a praia. Tava de cara já com a indiada que eu tinha me metido... E só pensando na roubada que ia ser voltar depois. Mas fui, surfei aquele mar meio palha... Uma onda gorda toda estranha... Mas foi uma experiência. Depois caminhei tudo de volta de novo e tava decidido a não fazer isso de novo. No mesmo dia conversei com uns brasileiros que tavam no hostel que eram biólogos e tavam lá prum congresso de ecotoxicologia e química ambiental, e no outro dia eu fui com eles pra lá. Assisti umas palestrinha... Me empanturrei no coffee-break... Mas nada de muuito interessante. Na noite fui inventar de ir na onda dum cara de Porto que tinha chegado e fomos pruma festa lá... El Dragón... Saí com 20 soles e umas moedas... E a entrada era 20 soles. Mas ganhava uma bebida. Segurei aquele papel que valia uma bebida até não agüentar mais de sede, porque sabia que ia ser a única coisa que eu ia beber a noite toda. A festa foi aquela mesma merda que é em todo lugar. Aperto, música ruim... A diferença é que todo mundo tinha cara de peruano. Olhando pra cara da galera dava pra entender a origem do nome do lugar... Terminou que uma hora eu achei um canto pra dormir, já que eu não tinha grana pra pagar um táxi sozinho e tinha que esperar o outro brasileiro e o portuga que foi junto... Só que os dois se engraçaram com umas local e eu tive que ficar esperando... Dormi quando tava rolando um Chemical Brothers e acordei com uma Salsa pegada. Sei lá quanto tempo durou... No fim deixamos o portuga lá e fomos embora... No outro dia fui sair pra vender minha prancha, mas o guardinha não quis deixar eu entrar com a prancha no centro comercial lá onde tinha uma loja de surf... Daí quando eu disse pra ele que eu só queria vender minha prancha um magrão que tava ali do lado perguntou “quanto?” e eu disse 150 soles e ele foi ali sacou dinheiro e comprou ali mesmo... Uma beleza... Ainda fiquei com as quilhas pra mim, que eram FCS, ainda que estejam um pouco detonadinhas... Saí faceiro, porque provavelmente a loja não ia comprar, ia ir lá mais pra perguntar onde podia vender, só que era feriado então deveria tah tudo fechado, mas apareceu o magrãozinho querendo uma prancha pra aprender... a minha tava boa pra aprender... Não tava muito inteira, mas tava barata e boa pra ele. E eu não ia ganhar mais que isso mesmo. Provavelmente nem isso. No mesmo dia já fui pegar o ônibus pra Pisco.

Pisco foi totalmente devastada por um terremoto em 2007, então não tem uma casa que não esteja meio em obras. O que não é ruína é obra. Parece um cenário de guerra. Dá medo de andar na rua na noite... sei lá. Mas dei uma banda até as agências de turismo e fechei o pacote pra Islãs Ballestas e Paracas pro outro dia. As Islãs Ballestas são um santuário pra uma cacetada de pássaros e leões marinhos... Tudo fede a merda de passarinho, e na real eles pegam toda aquela merda de tempos em tempos e vendem como fertilizantes. O guano, que é como chamam a merda, já foi o principal produto de exportação do Peru em outros tempos. E lá tem milhares de pássaros, então é muita merda. Lá tem os mesmos pássaros de pé azul que tem em Máncora, só que esses não tem pé azul. Fiquei teteando sobre isso... Dá pra ver bem como a evolução é algo que não tem como prever... Provavelmente quando apareceu um pássaro daqueles de pé azul mais pro norte ele que pegou todas as menininhas e deixou descendentes e daí elas só queriam saber dos de pé azul e quanto mais azul melhor então no norte todos tem pé azul e ali mais pro sul nenhum tem... O pé azul provavelmente não apresenta vantagem evolutiva ou adaptativa nenhuma, só é vantagem na hora de impressionar as passarinhas. A natureza é uma viagem. Depois fomos pra reserva nacional de Paracas, que foi meio decepcionante. Fomos até uma parte onde é território dos flamingos, só que a gente só podia chegar a uns 500m dos flamingos, mais ou menos... Dava pra no máximo supor que aquilo eram flamingos... não se enxergava nada. Tirei foto só pra constar mesmo, porque não aparece nada. Depois fomos num lugar onde supostamente dava pra ver uma formação rochosa que era conhecida como Catedral. Só que depois do terremoto mais da metade caiu e foi por água abaixo, então era só uma montanha de pedra, e no mirador tinha uma foto de como era antes, acho que pra galera não reclamar que não tinha catedral nenhuma. Depois fomos até uma outra praia pra almoçar e dpois fomos embora. Então peguei minhas coisas e fui pegar o ônibus pra Ica.

De Ica fui direto a Huacachina, que é um oásis no meio do deserto, onde tem vários hotéis e restaurantes e onde rola uns passeios de buggie pelas dunas. Cheguei lá verde de fome e com 4 soles no bolso e lá não tinha lugar pra trocar dinheiro e nem caixa eletrônico. Fiquei muito tempo dando banda procurando até aceitar ser extorquido por uma mulher que trocou pra mim a 2,60 quando o normal eh 2,80 só pra conseguir comer já que eu tava só com o café da manhã. Fui pra cama cedo, e no outro dia (hoje, no caso) acordei cedo e fui fazer o passeio de buggie e sandboard. O buggie aqui não é como os que tem no Brasil, é um negócio muito mais seguro que se virar não vai morrer todo mundo porque é tipo uma gaiola e todos banco tem cinto e tem lugar prumas 8 pessoas eu acho... Ou mais até... É bem grande. Foi bem massa o passeio... Montanha Russa praticamente... daí volta e meia a gente parava pra descer de sandboard. Me quebrei umas vezes como não podia deixar de ser, mas foi massa. Quando acabou peguei minhas coisas e vim pra Nazca. Parei num mirador onde supostamente daria pra ver umas das figuras, mas mal se via uma que outra. Mas já tinha gastado muito nos últimos dias e não pilhei de dar a banda de avião... Queriam 65 dolares no hotel... Vou deixar pra ir uma outra oportunidade... É bom não ver tudo agora pra poder voltar depois e ainda ter coisa nova pra ver... Depois passei o resto do dia em Nazca vegetando esperando o ônibus... E agora já ta na hora de embarcar. Quando rolar a internet eu posto isso tudo que já deu 4 páginas do Word e não acredito que alguém vá ler até o fim.

Ah, hoje faz 3 meses que eu saí...

domingo, 20 de setembro de 2009

20 09 09




pois então...
Finalmente tô com internet de novo depois de uma semana roots em Lobitos... Estou escrevendo do quarto 212 do Hotel El Sol em Chiclayo, e tá rolando uma festa em algum lugar perto da minha janela... mas vamos por partes...
Acho que nem falei sobre Montañita ainda... Bom, Montañita as poucas ruas que tem lembra um pouco a Ferrugem, sei lah. Tem vários barzinhos... Na noite rola um showzinho no fim de semana... Não tinha muita gente e da gente que tinha acho que metade era hippie vendendo alguma coisa... Mais gente pra vender do que pra comprar.. Tipo a Guarda... Mas chegamos lá eu e o Charlie depois de ir vendo o filme lá da Gueixa quase até o final, mas chegamos e eu não sei no fim o que acontece. Mas por isso acho que a viagem deve ter durado umas 2h, bem menos que as 3h30 que eu havia lido que levava de Guayaquil até lá. Ou a estrada antes era uma merda, porque agora é tranquila, ou o motora é tipo o outro que chegou em Guayaquil 2h antes... Ou os dois... Mas enfim, chegamos e o tempo tava cinza e meio que um chuvisqueiro... Um cara nos ofereceu hospedagem por 5 dólares por dia e a gente foi ver e acabou ficando. Era o lugar mais barato, mas não tinha café da manhã e no fim a gente acabou gastando o mesmo que se tivesse ficado em um melhorzin que custava 7 mas tinha café da manhã. Fui logo pegar minha prancha pra surfar a famosa direita que rola lá... Mas quando cheguei na praia o mar tava mexido e estranho tipo xangri-lá... E nada da tal da direita longa... Parece que só rola no verão... Um cara de Guayaquil que a gente conheceu no ônibus disse que esse é o pior mês... No fim fiquei um pouco no mar e enchi o saco... No outro dia o mar já estava um pouco melhor, mas melhor ainda tipo xangri-lá, nada de muito bom... Mas deu pra se divertir. Só que o tempo continuava a mesma merda... E depois o Charlie conversou com um local de lá que disse que faz mais de mês que o sol não aparece por lá... Isso foi meio desanimador... Como eu tava mais na pilha do surf mesmo decidi que ia voltar com o Charlie no outro dia e ir pra Lobitos, que eu sabia que sempre tem sol e onda. Na noite fomos no lugar onde tava rolando o showzinho e depois rolou um campeonato onde quem tomasse uma garrafa grande de ceva primeiro de canudinho ganhava uma garrafa de vodka. Eu nem gosto de vodka, mas tava tri afim de tomar uma ceva mas não tava disposto a gastar e fazia horas que tava sem tomar nada, então fui participar só pra poder tomar uma ceva grátis (foda era o canudinho... No meio do caminho já tava com dor de cabeça) . No fim um colombiano ganhou merecidamente. Eu tava no bolo disputando o segundo lugar... Não ganhei mas também não fiz fiasco... E ganhei minha ceva grátis.
No outro dia começamos a jornada de volta... Assistindo A Espera de um Milagre e perdendo o fim de novo... Depois ficamos mofando um pouco na rodoviária de Guayaquil esperando um ônibus que fosse durante a noite. Eu queria ir até Talara pra pegar uma van pra Lobitos mas no fim das contas acabei ficando no hotel em mancora de novo porque chegamos no meio da madrugada de novo... quando era pra chegar de manhã cedo... de novo... Mas tudo certo. Durmi um pouco e depois um cara do hotel mesmo me levou pra Lobitos...
Lobitos é praticamente uma cidade fantasma. É só um vilarejozinho que não tem praticamente nada, e um monte de ruínas de galpões e prédios no meio do deserto. Um pouco da história do lugar, segundo o dono da hospedagem onde fiquei: No fim do século 19 aquilo era uma vila de pescadores quando uns ingleses viram que a vegetação de lá, o Bosque Seco, era bom pra fazer carvão, que era o que tava se usando, então foram pra lá explorar aquilo tudo. Depois que devastaram tudo encontraram petróleo. Nesse tempo alí tinha uma baita estrutura... Morava uma galera lá e todo mundo tinha água e gás de graça, diz o cara. Depois com o golpe militar eles estatizaram as empresas de petróleo e mandaram os gringo embora. Ali virou uma baita base militar por sua posição estratégica. Daí rolou um conflito com o Equador e quando firmaram um tratado de paz eles se comprometeram de desmilitarizar a fronteira até uns 500 km parece. Então debandaram tudo de lá, e só ficaram uma meia dúzia de milico e um monte de ruínas de prédios. Hoje em dia não tem um supermercado... O mercado é uma sala da casa de uma família... que tu pode pedir o que tu quer pela janela... E tem de tudo naquele quartinho... Até gasolina se compra no mesmo lugar... Te trazem um galão de água cheio de gasolina e um funil por 10 soles... daí tu abastece e devolve a garrafa e o funil. E nós aqui cheio das legislação e licença ambiental pra poder abrir um posto por causa do risco de contaminação do solo... lá o posto é uma casa.
O lugar onde eu fiquei era uma casa onde mora só um cara, o Jean-Pierre, e tem dois quartos cada um com dois beliches. Quando eu cheguei já não tinha água... Mas parece que isso é meio comum.. Mas tinha um baita tonel de agua mas que já tava acabando tb... Quando acabou ficou um tempo sem, e a gente tinha que comprar água mineral pra cozinhar... banho e banheiro entao nem pensar... só no mato... Quando foi um cara lá pra encher o tonel com uns galões de água, que já dava pra usar o banheiro (usando um balde pra dar a descarga) eu já tava a 3 dias sem 'evacuar'... e daí no primeiro uso já entupi a porcaria e já ninguém mais pode usar e já ficou todo mundo de cara comigo e me tirando... mas q q eu posso fazer... Hoje depois de mais uns 3 ou 4 dias sem fui obrigado a ir no mato pela primeira vez na vida... Mais um aprendizado da viagem... heuhe...
O Jean-Pierre é Surfista de Cristo, vai direto na igreja, e tinha até uns DVD's do pastor Silas Malafaia, acho que é do Rio, que eu vi com ele: "As responsabilidades do homem e da Mulher no Casamento" e "12 motivos que levam um casamento ao fracasso"... Tudo embasado na Bíblia, é claro... Mas acho q foi bom eu ter ido parar lá porque me pilhei de ler um pouco a Bíblia de novo... E sei lá... sempre é bom... Sempre tem alguma coisa que faz todo sentido quando tu tá lendo... E é no mínimo a história de um Iluminado... é como ler a história do Buda ou algo assim (que eu acabei de ler uma e to lendo outra por sinal).
Mas no fim acabei surfando mais em Piscinas do que em Lobitos... Lobitos a onda é mais perfeita, mas é mais cavada, mais tubular e quando entra tem 20 cabeça tentando pegar a mesma onda sempre (isso não é uma hipérbole)... Piscinas a onda é mais gorda mas é mais constante e tem menos gente e menos corrente também... em Lobitos tu não para de remar um minuto... daí tá o tempo todo cansado... Daí pra entrar naquela onda cansado é complicado... se tu demora demais quando fica em pé só tem um buraco embaixo de ti e tu só vai... teve um dia que eu saí porque estava cansado de tanto apanhar do mar... No fim preferia ir pra Piscinas (ou La Piscina, segundo o Jean-Pierre) que depois que tu pega a manha de como entrar na onda não tem erro... Pode tá gigante que não tem problema (o único problema é entrar...). Peguei as melhores e as maiores ondas da minha vida lá com certeza...
Mas já tava legal de ficar lá... Conheci uma galera massa, me diverti, surfei bastante, mas já senti que tava na hora de ir... então hoje fui pra Talara pra pegar um ônibus pra pacasmayo ou chicama ou trujillo... mas acabei pegando um pra Chiclayo... agora não sei ainda o que vou fazer... queria conhecer uns museus que tem aqui mas são todos longe parece.... amanha vou ver qq eu faço... depois sigo pra uma das 3... ou as 3...
Hoje li num jornal no ônibus uma notícia bizarra: Uma mulher se negou a fazer sexo com o marido daí ele se emputeceu e pegou uma faca e deu na cara dela... daí deu uma pancada nela que ela apagou e ele achou que tinha matado ela e se desesperou e se deu uma facada na jugular... Mas tudo isso no escuro... daí nisso ele foi acender a luz e meteu a mão num fio desencapado e morreu eletrocutado... E uma foto dele de cueca todo ensanguentado no chão. BIZARRO. Ah, a mulher passa bem.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

09 09 09

Enfim cheguei em Guayaquil... Vou sentir saudades do povo todo do Samana Chakra, mas to feliz por mudar de ares... Eu e o Charlie pegamos o ônibus ontem às 21h e era pra chegar hoje às 6, mas chegamos umas 4h20min... Nem imagino a velocidade que o motora tava pra chegar essa hora... No fim chegamos e viemos direto pro Hostel Nucapacha, que fica num bairro bem ajeitado aqui em Guayaquil... Dormimos um pouco, tomamos café da manhã e pegamos um ônibus até o Malecón e depois demos uma pernada até Las Peñas, que parece que era uma favela que foi revitalizada e ficou bem bonito... Tem as fotos de como era antes as casas... Conseguiram transformar algo feio em ponto turístico... A gente vai subindo uma escadaria que tem os degraus numerados, e lá em cima (no degrau 444) tem um farol e uma igreja... E uma baita vista de toda a cidade... É uma baita cidade... Feia como toda cidade grande, mas eu achei que fosse ser bem pior. Depois fomos até um Museu de Antropologia e Arte Contemporânea... só nós no museu... Mas bem interessante... Com a história e cerâmica de todos os povos que habitaram o Equador antes da chegada dos espanhóis... E a parte de arte também tinham várias coisas bem interessantes.. Depois fomos dar uma caminhada pela cidade e paramos pra comer umas empanadas e tava passando o jogo Equador e Bolívia... A cidade inteira uniformizada...Eu tava pensando que deve ser um saco o esporte nacional ser um que o país nunca ganha nada, mas eles ganharam de 3 a 1 e pelo que eu entendi agora se acontecer uma combinação mirabolante de resultados eles até vão pra copa... No fim das contas eles até parecem satisfeitos... Agora voltamos pro hotel pra tomar um banho de piscina que aqui ta um baita calor... Acho que amanhã vamos pra Montañita... Não sei o que mais tem pra fazer aqui...
Tem uns ingleses aqui (acho que são ingleses porque eu não entendo nada que o cara fala com aquele sotaque) que estão indo pro norte e perguntaram se eu não queria comprar prancha ou roupa de borracha, que eles tão se desfazendo... No fim comprei um long john da quiksilver por 50 dolares e agora posso até pensar em ir pra Lima surfar... Prancha eu não vou comprar porque já me apeguei emocionalmente à minha.. quero ver como vai ser na hora de ir embora....
Enfim... acho que é isso...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

02 09 09





Hoje fui surfar com uns brasileiros que estão aqui no hotel... Passamos por Lobitos mas tava muito pequeno e fomos pra Piscinas, que é praticamente do lado. E bah.. melhor dia de todos desde que eu cheguei... Meio metrinho quebrando perfeito ee uma onda tri longa... não tanto quanto Lobitos mas mesmo assim absurda... E hoje já tava um pouco mais no ritmo e consegui pegar várias ondas boas... Nós saímos do hotel às 6h10min pra chegar lá antes do crowd... e deu certo... chegamos e só tinha mais um cara na água por um bom tempo... pegamos um monte de ondas e daí começou a encher... E as ondas foram ficando mais escassas... até que já tinha gente demais e nós saímos... mas já tava todo mundo de cabeça feita depois de umas 2h de surf só pegando onda boa e indo até a beira... Depois ainda fomos dar uma conferida em Lobitos de novo... mas não tinha nada... Amanha eu tenho que trabalhar, mas de repente quinta rola ir de novo... Tomara
Esses dias fui com o filho da mulher q tah administrando o hotel, que é tia da dona, e mais uns amigos dele surfar em Peña Redonda... mas tava fraco... onda tipo Xangri-lá num dia ruim... Nada que valha a pena constar... huehe Mas sempre vale conhecer uma praia nova... e essa era completamente deserta... só nós e um leão-marinho morto fedorento sendo devorado por uma turba de caranguejos..
Essa é minha última semana aqui... dia 8 vou pra Guayaquil e depois Montañita... Depois volto pro Peru...

domingo, 23 de agosto de 2009

Não estava escrevendo porque não andava muito contente mas sabia que isso ia passar... As ondas voltaram, to conseguindo surfar todos os dias umas 2 horas... fazendo yoga todos os dias tambem... E agora o trabalho tá mais sossegado porque tem pouca gente hospedada... Esses dias fiquei conversando com um dos vigias, Carlos, que me disse que morou uns anos na Venezuela trabalhando numa empresa americana que produzia camarão e um dia tava saindo da fábrica e prenderam ele do nada congelaram a conta dele que tinha uns 4000 dolares e largaram ele na fronteira com 5 dólares e mais nada... Ele e mais uns colegas... Isso agora no governo do Chavez.. Tipo de coisa que a gente nunca imagina que acontece... Só fica sabendo assim...
Ontem os donos do hotel foram embora pros EUA... Daí todos os funcionarios se pilharam em sair pra comemorar... Mas todos mesmo... Até os tiozão mais coroa beteram um sapato que era um brilho só e foram... Acho que uma das coisas mais curiosas de se conhecer outrasw culturas é observar o jeito que eles se arrumam quando vão sair... Mas o mais curioso de tudo é que parece que aquilo ali podia ser qualquer lugar... O namorado da babá dos filhos dos donos foi lá também com seu namorado... Topetinho descolorido... Uma marra de querer ser dançarino igual uma galera que eu a patroa vimos do aniversário de 15 anos da prima da Ivi só com o povo da vila... Mesma coisa... O Mario, um que trabalha aqui e tem a minha idade mas já é casado e tem uma filha de uns 3 anos, botou seu tenis de futebol novinho com aquela lingueta lustradinha brilhando... E lá no lugar que a gente foi era só os local... Mas pareciam os mesmos bicuíra morador de qualquer praia em qualquer lugar...
anteontem fui até a fronteira para carimbar meu passaporte de novo e já tomei o achaque... Me disseram que eu ia ter que ir até o Equador, passar um dia lá e voltar no outro dia... Mas eles podiam dar um jeito.... só que ia custar... Eu não tava afim de pagar porque eu sei que nada disso tem custo, e pra mim aquilo parecia golpe... então carimbei só minha saída e já estava chegando na rua pra pegar uma van até o outro lado da fronteira quando o funcionário me chamou 'Brasil' e eu fui ali falar com ele... Daí ele disse que se eu fosse eu ia ter que gastar dinheiro... perder um dia.. que era melhor eu dar uma grana pra eles darem um jeito e eu poder voltar... Daí eu já fiquei com medo de não aceitar a extorsão e depois eles quererem inventar qualquer coisa pra complicar a minha vida quando eu fosse voltar... Então perguntei quanto que ia me custar e ele disse pra eu dizer... eu disse 50 soles e ele disse 50 dólares... Mas eu disse que não tinha e ficou por 50 soles mesmo... Voltei puto da cara que tinha dado toda essa banda em umas van capenga com o teto baixo afu que eu nunca conseguia ficar sentado reto, pouco espaço para pernas, um povo dentro.. E levei umas 3 horas pra ir e mais 3 pra voltar... Que diazinho do cão... Mas passou e agora posso ficar mais 90 dias... Mas dia 8 vou pra Guayaquil com o Charlie que é meu colega aqui e divide o quarto comigo... depois eu vou a Montañita e ele volta pra seguir trabalhando... Já consegui uma capa pra levar minha prancha, o dono me deu uma velha... ainda não experimentei pra ver se serve, mas vai ter que servir... Enfim...

sábado, 15 de agosto de 2009

LOBITOOOOOOOOOSSS

Hoje finalmente fui pra famigerada praia de Lobitos... Nem acreditei quando o dono do hotel chegou pra mim de manhã e disse 'do you want to go to Lobitos?' entao me fui neh... com um hóspede coroa e uma amiga da filha dele... Quase uma hora de estrada depois chegamos na praia... e tava rolando o Clááááássico dos clássicos... Ondas que eu nunca tinha visto... Me dei numa onda e depois não fiz mais bosta nenhuma mas valeu mesmo assim... Só de ver aquelas ondas e uns loco quebrando já valeu... As fotos que eu tirei sairam uma bosta, mas como igual nao tem nenhuma outra que eu apareça, tem que olhar as fotos do fotografo que tava aqui no hotel com um grupo grande que veio só pra surfar e fazer um kitesurf... www.bryanelkus.com
Anteontem fomos também no 'pozo de barro' tomah um banho de lama... com a mesma família... Foi divertido também...

domingo, 2 de agosto de 2009

2 8 09

bueno... sei que faz tempo que eu não escrevo nada, e ainda não falei nada sobre onde eu estou... então aí vai: Mancora é uma praia onde parece que é verão o ano inteiro... De manhã cedo às vezes tem que usar um moletom, mas bermuda igual, e parece que é o mais frio que pode ficar. Não chove praticamente, ou talvez não chova nunca mesmo, tem alguma coisa a ver com estar do lado ocidental do continente... Tive isso em climatologia mas também não lembro muito mais do que isso. O hotel que eu estou trabalhando em troca de hospedagem e comida é bem legal, tem aulas de yoga todos os dias, nunca tem muuita gente hospedada, são só bangalôs, e também não é muita gente que trabalha, mas todo mundo é muito gente boa. Eu ajudo a servir o café e a janta, mas hoje tive que trabalhar no almoço também, porque chegou um grupo de uns 17 americanos e umas 30 pranchas, e as outras duas gurias que trabalhavam comigo saíram pra trabalhar em outros lugares onde ganham mais. Como eu não estou aqui pra ganhar dinheiro, prefiro trabalhar onde posso curtir o por-do-sol no mar enquanto arrumo as mesas e ainda consigo fazer uma aula de yoga se por acaso ninguém for jantar...
Comprei uma prancha de surf meio velhinha, depois de procurar muito, por 80 dólares. uma 6'4 round. No primeiro dia a primeira onda que eu peguei já valeu os 80 dólares... e daí o resto foi lucro, até um mané anteontem soltar a prancha no meio do joelhinho e me acertar e eu ter que levar 3 pontos no queixo com uma linha azul. Que ainda tinha que pagar 90 soles, mas o hotel acabou pagando e a dona não aceitou quando eu fui pagar pra ela de volta...
Acho que é isso... não tenho mais muito o que dizer... o site do hotel é www.samanachakra.com para quem quiser ver fotos... não vou por fotos agora porque tah travando um pouco aqui e vai levar 28 dias pra carregar...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

28 07 09 17h10

28 07 09 17h10

Eu sei que faz dias desde a última vez que eu postei alguma coisa no blog, mas é que eu não queria falar nada antes de estar tudo certo, pra não dar azar.
No dia em que voltei do Downhill de bike até Coroico (que de coroico eu só vi a placa, já que fomos direto pro hotel que tinha o restauras), entrei na internet e havia um e-mail do hotel Samana Chakra, de Máncora, um dos dois pra onde eu havia mandado meu currículo, perguntando se eu já estava em Mancora. Continuamos nos falando por e-mail mas no outro dia já fui pra Sorata, que fica mais ao norte. Fiquei uns dias lá numa pousada bem legal e barata até combinar tudo certo com a dona do hotel por e-mail, e então iniciei a Segunda Grande Saga de vários dias intermináveis sentado num ônibus. Primeiro peguei uma van em Sorata até Huarina, onde desci numa bifurcação e fiquei esperando uma van pra Copacabana, que não demorou muito. O caminho de Sorata a Huarina pareceu bem mais curto do que na ida, talvez porque eu estava sentado na frente, e não estava submetido ao aperto e o mau-cheiro do último banco. Para chegar a copacabana chega um ponto onde a van tem que atravessar o lago Titicaca em uma parte, então todos tem que descer e pegar um barco (e pagar) para atravessar enquanto a van atravessa numa balsa roots. Entramos na vam de novo e seguimos. Copacabana é mais uma cidade “pra inglês ver”. Tudo é caro porque tudo é pra turista gringo que vão pra lá cheios da grana e fazem com que tudo seja mais caro. Fui direto procurar um ônibus pra seguir viagem, pois tinha que ir a Puno primeiro, mas os ônibus só saíam as 18h30. Fiquei em Copacabana tempo suficiente pra ficar entediado mas não o suficiente pra ver o pôr-do-sol no Titicaca, pois já estava no ônibus e só vi relances. Como Copacabana é bem na fronteira, tivemos que descer e fazer toda papagaiada de carimbar passaporte e preencher formulário, o que levou um bom tempo. O caminho até Puno levou algumas horas mas foi de boa. Em Puno descobri que pra chegar a Lima deveria primeiro ir a Arequipa, que é bem no sul do Peru... Dei uma pesquisada e vi que haviam ônibus de mais de 100 bolivianos, mas daí fui perguntando e achei uma companhia que fazia por 15. A Tours San Juan, da qual eu nunca havia ouvido falar, Possuía um ônibus rosa e preto, com o vidro da frente do andar de cima quebrado, mas tudo bem. Olhei pros motoras enquanto esperava e concluí que se eu tivesse na rua e eles tivessem no caminho eu atravessaria a rua, mas tudo bem. Depois vi que o motora tava com uma cara de sono... Mas tuuudo bem... Quando me sentei tratei logo de por o cinto só pra garantir... E quando ele arrancou vi que a minha janela parecia meio solta.... Mas... Tudo bem... Consegui pegar no sono e acordei são e salvo em Arequipa, às 4h40 por aí depois de ter saído às 22h. Procurei ônibus pra Lima, e comprei da Cruz del Sur, uma companhia bem melhor, por 60 bolivianos. Ate aí não fazia idéia de quanto tempo levava até Lima... Aconteceu que depois de sair e viajar um bom tempo passamos por uma placa que dizia Lima 800 e cacetada km... Terminou que saí de Arequipa às 6h30 e passei a viagem inteira sentado atrás de uma criança que não parava de encher o saco e fez questão de cagar no meio do caminho pra mãe ter que trocar a fralda no banco da minha frente. Não consigo entender como é que pode todos os ônibus terem mães com “crianças de colo” que tornam a viagem mais desagradável possível. Acho que se existisse uma companhia que garantisse que em seus ônibus não iria nenhum bebê ou criança dormindo no corredor ou gritando ou atazanando poderia cobrar até o dobro que valeria a pena. Chegamos em Lima e já passava das 22h. Tive que durmir em um hotel perto do terminal da empresa, e lá descobri que em Lima não existe uma rodoviária... Cada empresa tem seu terminal, o que fez com que eu não pudesse comprar passagem logo como fiz em arequipa, e tive que passar a noite num hotelzinho ali perto, mas que foi de boa. No outro dia peguei um táxi para ir até a esquina da 28 de julio com a nãoseioque da República, e depois de andar afu chegamos, mas não tinha nada lá. Depois que eu disse pro taxista que era praquela empresa que eu queria ir ele se deu conta de que existem duas 28 de julio que cruzam com a mesma rua. Eba. No fim me cobrou muito mais do que teria sido, mas passeei bastante por Lima. Cheguei na empresa e já não haviam mais ônibus para Mancora naquele dia. Saí com minha super-mochila indo atrás de outras empresas que fizessem o mesmo trajeto. Encontrei uma que, obviamente, só sairia às 18h. Passei o dia dando banda nos arredores procurando algo decente pra comer e usando a internet de vez em quando. Comi uma tortilla de verduras, boa, apesar do troço morno que eles dão pra tomar junto que eu achei uma bosta. No fim, peguei o ônibus e, obviamente, tinha uma “mãe com criança de colo” do meu lado e outra atrás de mim. A criança do meu lado nem posso reclamar, porque era tranqüila. Mas os de trás ficavam perambulando e batendo no meu banco o tempo todo até encher o saco.
Até Mancora foram mais várias horas, sei que cheguei perto do meio-dia, e fui direto pro hotel.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Os computadores aqui em Sorata são um lixo, e é mais caro que em qualquer outro lugar...Vou fazer de novo como eu tava fazendo na convenção, escrever, gravasr no pen drive e ir pra lan house...
O downhill de bike ate Coroico foi muito massa.... Cada paisagem inacreditável.. Começa em 4000 e tantos metros de altitude, a gente para na beira da estrada e nos dão a bicicleta e capacete e luva e roupinha... Só tinha eu de brasileiro, e todas as outras pessoas (umas 20) que foram juntos eram da Eslovênia, e de dois grupos diferentes... Passavam o tempo todo conversando e dando risada entre eles e eu e os guia boiando... Daí começa todo mundo junto, é uma estrada asfaltada, boa... Vamos até um lugar onde tomamos um café da manhã reforçado e depois fomos de carro até um outro lugar, que aquela sim era “La carretera mais peligrosa del mundo”... É uma estrada de chão na beira da montanha tipo estrada que vai pra serra soh que com espaço para um carro só, estrada de chão, e uma altura muuuuuuito maior... Mas se vai na manha não tem problema... No meio da descida tem duas paradas pra comer e tomar água, depois pegamos uma parte onde a estradaé menos perigosa porque tem mato dos dois lados, então tu não tem como ir muito longe, mas em compensação a estrada é bem pior... É muito louco ver as mudanças na paisagem ao longo do caminho... Tem partes que parecem ser um deserto e outras parecem uma floresta tropical... Deu pra ver bem como o relevo interfere na formação de nebulosidade em determinados lados da montanha que se dissipam do outro lado, e que fazem ter climas bem diferentes em regiões muito próximas. Depois que termina o caminho de bike vamos de carro até um restaurante onde dá pra tomar um banho e tem piscina também tudo incluído. Eu só comi, nem tomei nada pra não gastar, tomei banho e fui dar uma bodiada do lado da piscina... Durmi umas horas, acordei e os eslovenos que tinham ido no mesmo carro que eu tavam dê-lhe ceva desde que chegaram... Daí a volta foi toda cm os maluco bêbado gritando e cantando na língua bizarra deles.. Chegamos em La Paz quase de noite, e acabei não fazendo muita coisa.
Ontem acordei, olhei umas coisas na internet, comi duas empanadas de queso do lado do hotel e peguei um táxi até o lugar onde se pega uma van pra Sorata. O caminho foi uma das maiores indiadas até o presente momento... A van é tipo essas Bestas só que muito mais velha, bombando de gente dentro, altamente desconfortável, ouvindo música palha alto e numa estrada interminável. Primeiro atravessa El Alto com seu trânsito organizado e respeitoso... Depois de muito tempo pega uma estrada que vaaai.... O bonito é que fica o tempo todo uma montanha gigante com neve ao nosso lado... Até chegar em uma parte que começa a descer (em ziguezague) durante muuuuuito tempo. Parece que nunca vai chegar. Quando chega é um alívio... Sorata é uma cidade pequena cheia de pousadas com um visual muito massa, e uma atmosfera muito massa... Cheguei e fui direto pra pousada, que também tem um visual muito massa... Chegando lá encontro uma galera que tava na convenção e mais um pessoal da França, Argentina... Fiquei um tempo e depois fui até ao redor da praça me irritar com a internet... nada funciona... msn não conecta por nada... Skype não funciona nunca os fones... Ligar normal é muito caro...A internet é lenta... Me irritei e fui embora... fui comer uma massa num restaurantezinho por ali e depois fui pra pousada... Tem um lugar onde a galera fica conversando e curtindo um sol ou uma sombra e brincando com os macacos que ficam ali amarrados mas que vão até a gente e roubam nossas comidas... Também tem um pit-bull e vários filhotes perambulando... e um gato também... Mas aqui tem cozinha, vou começar a fazer coisas pra comer aqui mesmo... Tem um rio aqui perto que eu quero ir uma hora... talvez agora de tarde...
HOJE SEM FOTOS PORQUE EU ESTOU A 40MIN ESPERANDO CARREGAR AS FOTOS NESSA CARROÇA

sábado, 18 de julho de 2009

18 07
















Hoje fui pra montanha Chacaltaya, que é uma montanha de 5.400m acima do nível do mar... Não foi dessa vez que eu fiz um boneco de neve, porque agora é muito seco e não tinha nada de neve naquele pico... só numa montanha do lado, Huayna Potosí, que tem 6 mil e cacetada metros de altitude. Mas a vista lá é sensacional. Pra chegar lá levou uma cara... Mais de duas horas eu acho... Numa estrada sinistra... O ônibus para a 5300m e pra chegar nos 5400 tem uma caminhada de uns 600m que parecem 6km... Tive que parar umas duas vezes no meio do caminho e tomar um pouco de chá de coca que um alemão que foi junto tinha levado... Lá sim deu pra ficar em paz... um silêncio... aquela imensidão... Aquilo sim é paz... La Paz não tem nada de paz... É um monte de gente vendendo coisa na rua, vans passando com gente gritando, Gringos por todos os lados... Ali sim deu pra ficar sossegado... Mas foi cansativo...





Depois fomos para o Valle de la Luna, que fica na zona sul, perto de onde foi a convenção. É um lugar que tem uma formação rochosa diferente do resto, é uma rocha sedimentar que intemperiza formando umas figuras tri diferentes.. Foi interessante porque deu pra ver mais de perto aquelas paisagens que eu só via de longe quando tava na convenção, e ali ficamos dando banda por tudo. Acho que essa vai ser minha última noite em La Paz... amanhã vou fazer um downhill de bike até Coroico, talvez passe a noite lá... E depois vou a Sorata... Sair um pouco dessa rota de turistada... Cansa um pouco essa coisa de "por aqui... agora tira uma foto ali... não passa a cordinha... Não tira foto aqui... segue o guia...." sei lá não é pra mim... Sorata dizem que é mais sossegado e tem lugares muito bonitos... Depois vou a Copacabana, de volta pra rota da turistada... hua

sexta-feira, 17 de julho de 2009

17 07
















Hoje fui conhecer as ruínas de Tiwanaku. Trata-se de um povo pré-inca que viveu numa região perto do titicaca e que impressiona por sua engenharia e seus simbolismos. Existiu desde mil e tantos antes de Cristo até começar a se fragmentar e sucumbir por causa das mudanças climáticas lah por 1600 e tanto... ou mais... nem sei. O que eu achei mais louco é que encontraram até cavalo marinho nas escavações por lá, e tem caranguejos nos desenhos que eles faziam... Sendo que isso tudo é no meio do continente... Dá pra ter uma noção de como as coisas já foram diferentes... A cidade tinha todo um sistema de canaiis que levavam a água que vinha cristalina do topo das montanhas, que na época tinham neve, mas hoje não tem mais...sem contar as pedras de sei lá quantas toneladas... Foi cansativo como tudo por aqui que tem que se caminhar... mas valeu... Amanhã vou para uma montanha onde fica uma estação de esqui, mas que só funciona quando tem neve, que é lá por janeiro...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

16 07







Estou nesse momento em um café na Calle Sagarnaga em La Paz comendo um Sanduíche Vegetariano Quente tri bom mas minúsculo e aproveitando q aqui tem wireless... Na verdade só por isso que eu vim aqui... cansei de usar computador podre de lan house q nunca funciona direito os negocio enquanto eu to cm um na mochila...



A merda é que no hotel que eu tô não tem tomada nos quartos... então vou ter que desligar daqui a pouco o note pra carregar o celular e a camera q eu to com todos sem bateria.. Que beleza...



Ontem fiquei com dor de cabeça de novo e tomei 2 sorojchi pills e fui pra barraca... Depois fui ver a última noite de apresentações que tava bem legal... Depois teve o Renegados que é pra quem não se apresentou nenhum dia e quer fazer alguma coisa por mais bobice q seja... teve umas coisas muito engraçadas mas que não tem como explicar aqui...



Depois que acabou dei um tempo na fogueira e fui dormir... Não tava muito na pilha de ficar por lá... Na verdade queria dormir pra acordar hoje e arrumar tudo logo... Fiz isso, levei um tempão pra arrumar tudo porque na vinda eu vim atrolhado de roupa e agora tava soh de bermuda e camiseta, daí não cabia mais nada... Mas consegui até dar um jeito de pendurar o cavaco do lado de fora da mochila e vim com as mãos livres. Peguei um taxi e cheguei no Hotel Torino e na frente já encontrei uns paulistas que eu tinha conhecido em Puerto Quijarro... Daí deixei minhas coisas e fui tomar um banho, e, na primeira vez que saí do quarto já tranquei ele com a chave dentro... Daí tive que ir lá embaixo e o cara me emprestou o molho com TODAS as chaves do hotel pra eu abriro meu quarto e levar lá depois... daí que eu vi a segurança que eu tava... heuhe Fui fechar os passeios alí no hotel mesmo e já fechei Tiahuanaco pra amanhã, Chacaltaya e Valle de la Luna pra depois de amanhã e o downhill de bike até Coroico no outro dia, pra caso eu decida ficar por lá mais um dia... Todos por 50 dolares... Foda é que isso não inclui as entradas nos parques nem alimentação... vai mais um tanto... Mas é pra conhecer esses lugares que eu fiquei em La Paz, então azar... economizo em outras coisas...



Hoje já fui deixar minhas roupas sujas na lavanderia que a situação tava critica e eu só tinha a camiseta do corpo... vou buscar amanhã. Foda é que La Paz tudo é lomba, e pra ir pra qualquer lugar tu fica sem ar. Vou lá que ainda tenho que carregar a maquina e o celular pra acordar amanhã... enquanto espero minha fanta que acho que ela esqueceu...



As outras fotos ficaram todas meio tremidas... menos a da Emília indo embora... Ela é muito mais fotogênica.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

15 07

Ontem fiquei meio mal de dor de cabeça e tomei um remedio e fui durmir na barraca um pouco... depois passou... teve o cabaret, que estava bem melhor do que ontem... Um número de malabares cm um cara mt loco q interpretava um médico alemao tri do mal... Um número de cigar box de luz que eu nunca tinha visto e achei mt massa, pena q o cara errou muito... Depois foi a noite do fogo.... muuuitos malabares de fogo... 3 passando claves do monociclo girafa... e varios outros... Depois que acabou peguei meu cavaco e fui prum canto e fiquei tocando daih chegou um cara e perguntou se nao era afim d fazer um som junto, que ele tinha uma viola... daih ele foi lah buscou a viola e ficamo tocando... daí chegou mais um com um charango e depois outro e mais um com uma viola... Daí chegou ainda o palhaço gordo do outro dia e ficou cantando e tava mt massa... ateh q chegaram uns trazendo uma caixa de som alih pro lado e acabaram com nosso som pra botar uns eletronico palha... Mas enfim... dei mais um tempo em volta da fogueira e fui dormir... Hoje também nao fiz grandes coisa... oficina de claves d canto... almocei... fiquei trenando um poco e daih vi pra cah falah cm a neni q eh o q me alegra mais no dia qd eu to lah meio entediado... sei lah.. to cansando mt rapido d jogah malabares daih nao to conseguindo treinah mt e daih jah fico meio perdido... acho q amanha jah acaba e daih vo pra um otro lugar dah as bandas q eu quero dar pq aqui sei lah... jah to me sentindo meio aprisionado ao lugar... mas hoje pra variar o microfone nao funcionou... meio precaria essas lan house... pelo menos deu pra ouvir um pouco a voz da neni (mesmo que só dizendo ¨alo?¨) e jah fica tudo bem...
E depois que eu vi que eu passei em tudo e ainda tirei 9 na prova de recuperaçao de hidraulica... Tirei um peso gigante das costas... (mas ainda tao doendo de se abaixar pra juntar as claves...) enfim... acho q vou voltando que tah esfriando e eu to de bermuda... NENI TE AMO DEMAIS MAIS QUE TUDO NESSE UNIVERSO OBRIGADO POR EXISTIR E GOSTAR DE MIM!

terça-feira, 14 de julho de 2009

14 07











Cheguei ontem de manhã na convenção e aqui tomada é algo escasso e internet não pega em lugar nenhum... vou escrever tudo aqui no word e gravar num pen drive pra depois ir em um lugar com internet...
Santa Cruz de la Sierra foi outra cidade que eu só passei o dia inteiro esperando o ônibus. Tentei dar umas voltas na cidade, mas não achei nada de interessante perto da rodoviária e não tava afim de ficar pegando ônibus ou táxi pra ir atrás de algo... Então passei quase todo o dia na estação ou na grama do lado de fora da estação cochilando e montando o cubo. Lá todos andam meio preocupados com a tal da gripe então uma galera tava usando “barbijos”, aqueles negocio de por na cara que eu esqueci o nome. Eu tinha um também que o pai tinha me dado e fiquei usando um pouco também...
Conheci uma guria que veio puxar assunto enquanto eu tava montando o cubo e de início eu não tava dando muita conversa até porque não entendia quase nada... mas ela insistiu e daí que eu fui descobrir a história dela... O nome dela era Carmen, tinha 17 anos e há um tempo atrás ela conheceu um brasileiro em Santa Cruz que depois foi dar uma banda também como todo mundo... Mas ela só sabia o nome dele e que ele não tinha família e fazia Agronomia... Então ela vinha falar com quem ela achava que talvez pudesse conhecer... Ela disse que ia todos os dias na estação esperar pra ver se ele aparecia... Que loucura...
Mas peguei o ônibus as 17h30 e troquei de lugar com uma senhora e acabei indo bem na frente daqueles ônibus de dois andares... Na frente da janela... a vista era massa, mas não era bom ver o quanto o motora era suicida... Ultrapassava em qualquero lugar e quem vinha no outro sentido que fosse pro acostamento...
Cheguei de manhã em La Paz e enfim me senti na Bolívia... O altiplano boliviano é uma paisagem totalmente diferente de tudo que eu já tenha visto antes... Pena que não consegui ficar acordado muito tempo durante a viagem...
La Paz é uma cidade muito bonita. Completamente diferente das outras cidades que eu tinha passado. Praças floridas tri bonitas... Tudo bem enfeitado... O trânsito um pouco caótico obviamente... mas foi legal a caminhada que eu dei por lá até pegar um táxi. Aqui os táxis não tem taxímetro, o preço é combinado antes. O taxista me trouxe até a convenção por 15 bolivianos. A convenção é no bairro Los Pinos, um bairro bem bonito no meio de várias montanhas muito loucas.
Cheguei na convenção meio perdidaço só querendo tomar um banho... Mas daí descobri que não tinham instalado as “duchas” ainda. Tive que tomar um banho de lenços umedecidos. Já era o terceiro dia sem banho... Tomei banho no dia 10 e só fui tomar outro hoje, dia 14. Ontem daí fiquei angustiado sem banho e sem conseguir conectar na internet e sem me coordenar pra falar com ninguém e fui dar uma caminhada pela vizinhança... Encontrei uma internet e telefone e consegui falar com a mãe e com a mulher da minha vida que eu já não agüento mais de saudade. Isso me aliviou um pouco. Passei o resto do dia jogando malabares, até surgir a vontade de ir no banheiro e eu descobrir que o banheiro aqui era só um pra todo mundo e era um buraco no chão improvisado... Então fui dar outra banda atrás de um banheiro... Passei por um troço tipo McDonalds que eu vi de fora que tinha um banheiro... Então entrei, pedi uma batata-frita e uma coca e fui reto no banheiro. Depois de mais aliviado, comi minha batata e minha coca e fui dar mais uma caminhada. Esse bairro é um bairro mais rico da cidade. Várias casas e prédios grandes e uma rua cheia de lojas e tal. Depois voltei, comprei um salgadinho e fui comendo até a convenção. Fiquei rateando um pouco, tocando cavaco, até a hora do cabaret. Nada de novo, só os mesmos números de sempre, as mesmas portagens de sempre, malabares sem nenhum grande truque... Só tinha um gordo lá que era engraçado. Mas fez um número de palhaço como lutador de sumô (como sempre). Depois do cabaret encontrei a Manuela, que tinha chegado lá de noite, e daí já não fiquei mais tão perdido porque tinha alguém que me entendia e que eu entendia também... Encontramos mais uma galerinha e fomos dar outra banda na rua atrás de ceva. Fomos encontrar só depois de muito andar, e caro ainda, 6,50 a lata de Paceña. Eu ainda não tinha tomado a famooosa Paceña, e achei bem boa. Depois voltamos, tava rolando uma festinha, fiquei ali um pouco e fui bodear.
Hoje quando acordei já tinha perdido o café da manhã. Fui pra oficina de manipulação de claves e quando deu uma esquentadinha eu fui tomar banho finalmente. As “duchas”eram mangueiras penduradas que ficava caindo água de conta-gotas e pra abrir ou fechar tinha que prender num arame. Até que uma hora parou de pingar e eu estava todo ensaboado. Mas daí eu vi que a lona de cima estava cheia de água, decerto que vazava das mangueiras, daí fiquei embaixo dum furo da lona e fui empurrando aos poucos a água pra lá, até que consegui tirar o sabão mais ou menos. Hoje o almoço foi pior que o de ontem, mas a fome tava tão grande que não sobrou nenhum grãozinho de arroz. Daqui a pouco vou pra cidade tentar botar isso na internet. Agora vou dar um bizú nas oficinas.