sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

16 01 10

Já faz tempo que eu cheguei em casa e nem pensava mais em escrever aqui mas não queria que isso fosse mais uma coisa que eu começo e não termino... Então decidi escrever sobre o resto da viagem só para ficar registrado.
Meus dias em pucón não foram lá muito produtivos... O tempo estava feio todos os dias e eu quase só fiquei na sala do albergue curtindo uma lareira e olhando tv. Com o tempo nublado já não dava mais pra ver o vulcão, daí nem pilhei mais de subir porque igual lá de cima não ia enxergar nada. Então tentei ligar pro Max pra ir la visitar ele já que eu estava mais ou menos perto. Quando liguei a mulher dele já estava em trabalho de parto em casa e ele pediu pra eu esperar uns dias pra ir lá. No fim das contas ela acabou tendo a filha no hospital e ia ficar lá mais uns dias, então quando eu fui pra Valdívia ela ainda estava no hospital. A casa do Max fica numa praia chamada Niebla que é a uma meia hora de Valdívia. No dia que eu cheguei fui esperar por ele na praia e passei o dia lá e já conheci os amigos dele que vivem por lá também. O lugar lá era totalmente diferente de qualquer outro que eu tinha ido. Lá chove 8 meses por ano sendo otimista... Então é mais frio e úmido mas por isso também tem muito mais vegetação. A praia não é de areia normal, é tipo umas pedrinhas bem pequenas e pretas.. E é uma baía bem fechada então nao tem onda ali, só uma que quebra na beirinha mas que já pode te derrubar também...
Ter ido pra lá foi uma coisa muito boa... Estar em uma casa com um amigo que não via havia mais de dois anos depois de tanto tempo sozinho... Poder tocar violão e cantar as musicas que a gente cantava na Pachamama... Foram momentos muito legais... De muita espiritualidade também que eu também tava precisando... Conversamos bastante sobre nossos aprendizados viajando e ele me mostrou muita coisa de todos os lugares que ele esteve nesses dois anos viajando... E quando a mulher dele chegou com a filha eu achei que ia ficar meio deslocado ou que a guria ia chorar o tempo todo mas no fim não foi nada disso... Ela era uma anjinha que quase não chorava e que ficava ali enquanto a gente tocava e cantava... Ayun Jaci é o nome dela... não sei se é assim que se escreve. Ayun é "amada" em mapuche que é o povo nativo daquela região do Chile e Jaci é "lua" em guarani.
Meus dias lá foram bem sossegados... Descansei bastante, me alimentei bem como fazia tempo que não me alimentava, fui algumas vezes a Valdívia... Mas já tava sentindo que era hora de voltar.. Fiz as contas e vi que dava pra eu chegar em casa pro natal se eu quisesse, seguindo o roteiro que eu tinha planejado. Então um dia peguei um ônibus pra Bariloche.
O caminho a Bariloche era lindo demais... Também era um visual totalmente novo... Tinha neve mas tinha uma vegetação também... E já no lado argentino tinha uma região com lagos e montanhas muito lindos... Passamos por uma cidadezinha chamada Villa La Angostura que eu achei demais... a paisagem linda demais e a cidade tinha um clima massa... Deu até vontade de ficar por lá mesmo mas achei que Bariloche ia ser tipo aquilo então tudo certo... Mas Bariloche já era menos bonito que lá. Cheguei em Bariloche e fui até o albergue deixar minhas coisas e depois queria comprar minha passagem pro Tren Patagónico que ia sair depois de uns dias... E aí minha sorte voltou né.. Depois de ter pego um taxi caro da rodoviária ao albergue eu descobri que a estação de trem era do lado da rodoviária então pra comprar a passagem ia ter que voltar até lá. Beleza. Perguntei pra guria da recepção do albergue se dava pra ir a pé e ela disse que era meio longe mas dava... Mas eu pensando em todas pernada que já tinha dado carregando mochila e o escambau não ia me mixar pra uma caminhadinha de uns 40 minutos (segundo ela) no plano na beira do lago... E me fui. Claro que os 40 minutos não eram 40 minutos e que a merda da estação não chegava nunca... Mas depois de muito andar finalmente cheguei na estação de trem pra comprar minha passagem. Nem preciso dizer que estava fechada... Talvez se eu tivesse ido de ônibus teria chegado a tempo mas nessas de querer ir a pé só me atolei. Normal... Voltei pro albergue sabendo que no outro dia ia ter que ir de novo. Acabei nem fazendo muita coisa em Bariloche. Só dei umas bandas pela cidade mesmo... Não tava mais no clima turismo e nem na pilha do trekking ou rafting ou sei lá mais o que tinha pra fazer. O albergue que eu fiquei tinha o melhor café da manhã de todos, faziam ovos mexidos e panqueca na hora ali e tinha suco e até doce de leite. Eu acordava pra tomar o café e depois voltava pra cama sempre. Não perdia o café por nada... Até porque daí eu só precisava mais uma refeição decente no dia...
Até que chegou o dia de ir embora.. Durante o dia eu encontrei no albergue um pessoal q tinha conhecido um dia antes e ficamo tomando um vinho e jogando sinuca o dia inteiro... Na hora de ir pro trem eu já tava gelado e o taxi que eu pedi chegou atrasadaço e acabei chegando no trem em cima da hora. Bebaço, sem comida nem água, sem ter comido nada o dia inteiro pra encarar uma viagem que ia durar a noite toda. O trem nem preciso dizer que mesmo a classe que eu peguei era um lixo... tri desconfortável, sem nem um filmezinho pra assistir... Além de ser lento afu. Pensei que pelo menos eu ia capotar no sono e acordar só no outro dia, mas eu dei uma cochilada e acordei depois com uma baita dor de cabeça e não conseguia mais dormir, além de uma boca seca dos inferno. fui procurar meu dinheiro e não achei. revirei tudo e nada... Comecei a ficar atacado... Daí me dei conta que eu tinha perdido meu cartão de crédito que tava dentro de uma agendinha que eu perdi lá em Pucón umas duas semanas antes e eu não tinha me ligado, achei que tinha perdido só a agenda. Beleza. Viagem dos inferno. Dor de cabeça, sede, totalmente desconfortável, atucanado com a história do cartão de crédito e sem dinheiro pra comprar uma água que fosse dentro do trem. Felizmente a mulher que tava do meu lado viu meu desespero e me deu um gole de refri e depois me deu até uma maçã. Mas enfim... o tempo passou e eu cheguei em Viedma, daonde fui pegar um outro ônibus de mais umas 4 horas até Bahia Blanca de onde ia pegar outro trem até Buenos Aires. Tudo isso porque eu queria andar de trem porque já tinha andado muito de ônibus... Mas daí eu entendi por que os trens cairam em desuso... É uma merda andar de trem! ônibus é mais rápido, mais confortável, ter ar condicionado e filmezinho e as vezes até um refri e um rango. Se alguém pensa em ir pra Bariloche não vá de trem que não vale a pena nem um pouco. Ainda cheguei em Bahia Blanca e fui pro hostel que era o mais palha dos que eu fiquei. E a cidade era muito palha... Eu só tinha visto no mapa que ela ficava na costa, achei que ia rolar uma praia no atlântico mas a praia ficava a mais de uma hora de distância e não tava valendo. Sorte que eu só precisei ficar lá uma noite porque o trem saía no outro dia... Mais um trem muito palha. Só fui de trem de novo porque já tava ali e o onibus era bem mais caro... Então depois de 3 dias cheguei finalmente em Buenos Aires e fui pro hostel que a Nathi me indicou... Quando tava chegando encontrei o dinheiro que eu não tinha achado no outro trem... Deu um alívio mas uma raiva por ter passado um perrengue desnecessário antes. Dei uma caminhada pela cidade e encontrei um restauras vegetariano muito bom... Tava precisando me alimentar direito depois de tanto tempo só comendo porcaria. Na noite encontrei um pessoal que eu conheci em Bariloche e que saíram de lá depois de mim de ônibus e chegaram em BA antes de mim. Fui com eles numa noite meio palha lah soh pra gastar dinheiro. na saída da noite esperando um taxi veio um magrão pedir umas moedas e quando eu fui pegar já chegaram outros pra assaltar o cara. levaram o que eu tinha de dinheiro e o que o pessoal tinha tb mas pelo menos não levaram nada mais importante. No outro dia dormi praticamente todo o dia e não fiz nada de muito útil e na noite só dei uma voltinha porque no outro dia tinha que acordar cedo pra pegar o ferry pra ir pro uruguai.
O ferry saía tipo 9 e meia e eu acordei tipo 9. Saí na corrida peguei um taxi e acabei chegando lá faltando uns 2 minutos mas disseram que já não rolava mais. Tive que esperar até o meio-dia pra pegar outro. Achei que ia ser um barco simplezinho mas era um baita navio cheio da onda... Só que eu acabei dormindo o caminho todo. Cheguei em Colonia de Sacramento e fui dar uma banda pela cidade, mas obviamente quando fui pegar a maquina pra tirar umas fotos não tinha nada de bateria. Mas dei umas bandas pela cidade e achei bem legal... não fiquei muito por dentro da história do lugar mas só de caminhar por lá já valeu a tarde. No fim do dia peguei o bus pra montevidéu. Lá eu ia passar a noite na casa duma conhecida minha e no outro dia ia pra Cabo Polonio, que a mulher do Max disse que era massa. Essa conhecida minha morava cm mais uma galera e eu fiquei perdidaço lá mas tudo bem... Daí como tava indo pra praia no outro dia meio que perguntei se nao era afim de ir também mais por educaçao mas ela quis ir junto então no outro dia fomos juntos de ônibus até Valizas. O ônibus passava na frente do camping mas na hora de descer eu perdi o papel da bagagem e o cara disse que eu só ia poder pegar minha mochila no fim da linha então fui até a rodoviária que era longe afu pra poder pegar a mochila e depois voltamos na pernada até o camping. No outro dia fomos até a cidade comprar umas coisas pra comer e depois pegamos uma carona até o lugar onde se pega uns caminhões pra ir pra Cabo Polonio, que é o único jeito de chegar lá. A praia é muito bonita... Só tem umas casas meio perdidas e praticamente não entra carro lá então só tem um ou outro 4x4. Tem um farol lá mas que tinha que pagar pra subir então não pilhei de subir e tem uma parte onde tem umas pedras e tinha muuuito lobo marinho. Ou leão marinho Sei lá. um bicho desses. Muito massa. Passei o dia lá e na noite voltamos pro camping e no outro dia fui pegar o ônibus pro Chuí. Acabei pegando o ônibus perto do meio dia e tive que passar o dia inteiro no Chuí porque o ônibus pra Porto Alegre era só às 11 da noite. Mas no caminho até o Chuí o ônibus entrou ali no forte de Santa Teresa onde eu fui com a neni num carnaval... Enchi os olhos de agua lembrando da gente vendo as estrelas lá e pensando que faltava pouco pra eu ver a minha pestinha de novo... Tava quase...
Como cheguei no Chuí já na magra da grana não tinha muito o que fazer. Fui comprar a passagem e já tive que ficar devendo uma parte porque não tinha todo o dinheiro. Minha última nota de 100 dólares tinha um rasgadinho e ninguém trocava, e eu levei uma vida pra encontrar um caixa eletronico pra tirar o pouco que restava no Visa Travel. Gastei o pouco que eu tinha pra comprar alguns presentes obrigatórios e fiquei tentando matar o tempo até a hora do ônibus. Daí quando faltava uma meia hora eu me dei conta de que eu não tinha carimbado a saída do Uruguai... pensei "mas o ônibus não parou em nenhum lugar", mas óbvio que não ia parar... Era ônibus intermunicipal... E não ia ser do lado brasileiro que ia ter uma aduana uruguaia... Saí no desespero na corrida atrás de um taxi pra me levar até a aduana carimbar a saída e voltar. Por sorte deu tempo... E ainda bem que eu fui senão ia ficar como se eu não tivesse saído e depois se fosse voltar pra lá ia ter que pagar multa porque só podia ficar 90 dias... O ônibus até porto não tinha filmezinho nem nada mas eu tava tão feliz de estar voltando finalmente que nem me importei com nada. Cheguei em porto de manhã e fui pegar o direto pra NH. Fazer aquele caminho da rodoviária até a parada do direto deu uma deprê... só de pensar que eu vou ter que enfrentar tudo de novo todos os dias quando começar as aulas já me deu uma bad... mas deu um alívio de pensar que eu podia ter passado por isso o semestre inteiro mas ao invés disso eu tava pelo mundão conhecendo coisas novas todos os dias... Então peguei o direto e no dia 22/12/2009 eu cheguei de novo em casa acabado e com 12 reais na pochete.
E era isso. E as fotos tão demorando pra ir então vai ficar pra outra hora.
Fim

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

23 11 09






no fim das contas, como minha câmera não liga mais eu decidi ir pra Iquique que eu sabia que tinha uma Zona Franca onde era mais barato... Fui pra lá e fiquei no Backpacker's Hostel Iquique... massa o lugar... Uma mesa de sinuca boa.... bem pertinho da praia...tinha um terraço que dava pra ver a praia e curtir um pôr no mar massa... No fim das contas acabei ficando uns 3 ou 4 dias... No penúltimo dia me pilhei de alugar uma bóia e ir surfar... Mas fui seguir o dono do hostel e fomos dar o banho num lugar casca... cheio de pedras... A onda pesadaça... quebrava violenta no meio e depois ficava gordaça.. Nao dava pra dropar em qualquer lugar, só bem ali onde ela quebrava primeiro e era violenta... não me dei muito... peguei uma ou outra onda e ainda depois do drop era casca de passar a espuma... Nada parecido com o que eu surfei no Peru... mas valeu pela experiencia. Aqui mais pro sul tem outras praias... To pensando ainda se vou ou não... To sem prancha e alugar é muito caro... tem que pensar em tudo... Nos últimos dias conheci um paulista no hostel que me passou umas músicas novas... Que tava foda ouvir Tim Maia racional ou o África Brasil do Jorge Ben de nooovo e de novo... que era só o que eu tava ouvindo... Agora tenho uns Paulinho da Viola... Roberta Sá... Secos e Molhados... Zeca Baleiro.... até uns Marvin Gaye e Buena Vista Social Club... Bom pra dar uma variada. No fim comprei uma câmera e um cubo mágico dos profissional e fiquei todo bobo com meu novo brinquedo e já podia ir pra San Pedro de Atacama.
Peguei um ônibus até Calama e outro de lá até San Pedro de Atacama. Perguntei por camping e me indicaram um e quando cheguei lá nao era mais barato que ficar em hostal barato... mas como eu já tava lá acabei ficando.. montei a barraca embaixo de uma árvore e quando vi encontrei minha palheta do cavaco que tava sumida desde La Paz. Mas descobri que tinham sumido os meus livros e umas cartas e fotos da neni que tavam dentro... Tragédia...
Fui dar uma volta pela city pra ver o que eu ia fazer de passeio e vi que dava pra ir pro Valle de la Luna aquele dia ainda... Encontrei um lugar mais barato e fui... Fomos primeiro pro Valle de la Muerte que tem esse nome porque nada sobrevive ali de tão seco e pela salinidade também.. Não existe planta nem bicho nem nada... Só pedra e areia. Mas na real era a mesma merda de deserto que eu tava vendo nos últimos 3 meses e tanto no Peru. depois fomos prum pico onde meio que dava pra ver o Salar de Atacama só pra tirar uma foto e depois fomos pro tal Valle de la Luna. Tinha que pagar pra entrar no lugar, que era só a mesma porra de deserto. Ficamos pra ver o pôr-do-sol, que foi legalzinho, mas mais palha que ver na praia, ou até no Guaíba se pá. Na volta fui na agencia de turismo pra fechar pra ir nos Geyseres de Tatio no outro dia. Paguei tipo 26 dolares e no outro dia iam me pegar as 4 da manhã. Às 4 tava eu lá atrolhado de roupa na frente do portão porque tinham dito que lá pode chegar a 12 graus negativos. Fiquei lá esperando até as 5 quando cheguei à conclusão que não iam mais vir e voltei pra dormir. No outro dia acordei e fui lá pedir meu dinheiro de volta. Tava tão anojado que já tava por ir embora e nem ir mais nesses tal de Geyseres que acho que nem deviam ser tão legais assim. Fiquei o dia inteiro rateando esperando o bus pra Santiago que era às 19h. Peguei o ônibus que levou quase 24h pra chegar em Santiago.
Cheguei em Santiago, peguei um metrô pra ir até o hostel que eu queria ir. Cheguei lá e obviamente tava lotado... Ando com uma sorte inacreditável... Mas felizmente tinha um outro na esquina. Era legalzinho... Encontrei um casal que tava em Cusco também... Tinha uma sala de TV e uma mesa de fla-flu podre. Decidi que eu vou escolher hostel agora vendo quais tem mesa de sinuca.. Que dessa vez senti falta... Lá não tinha bar mas na noite rolou umas ceva grátis por meia hora. Mas nem cheguei a sair na noite... Só tomava a ceva grátis olhava um pouco de TV e ia dormir. No segundo dia saí pra caminhar por Santiago. No meio do caminho um cara começou a falar comigo e eu tava meio ignorando porque tava tão acostumado a loco só querer falar comigo pra vender alguma coisa como era no Peru, mas o cara tava só por trocar uma idéia... Tava bebendo com uns amigo num bar na calçada... Então fiqui ali um pouco trocando uma idéia e depois segui pro centro dar uma turistada. Entrei na Catedral e foi um negócio muito louco... No que entrei senti uma coisa muito punk... Acho que pela imensidão do lugar... Mas rolava uma energia forte... Sentei no banco e dei um tempo... Foi muito bom ter ido lá... Dei um tempo pra cabeça... Depois fui caminhar pela catedral pra conhecer... Muito bonita mesmo... Depois saí dali e fui procurar casas de câmbio e depois fui até uma praça muito massa... um parque enorme... num morro... tem um elevador panorâmico pra subir e depois é só ir descendo... Mas muito bonita a tal da praça Santa Lucia... ou parque... não sei... Várias vistas bonitas da cidade e tal. De lá me perdi um pouquinho pra variar e depois fui comer uma pizza e fui pro hostel.
No outro dia fui buscar minha roupa na lavanderia e fui pegar o ônibus pra Valparaiso. Já tinha decidido que ia ficar num hostel que tinha um trapézio na sala que eu vi num guia que tinha grátis no hostel em iquique. Peguei o ônibus e fui curtindo um filme e quando cheguei em Valpo peguei um taxi que custou mais que o ônibus até lá e cheguei no hostel. No mesmo dia fui caminhar pelos Cerros que tem aqui e no fim acabei dando uma pernaada e fui até a casa do Neruda, que é um museu numa casa onde o Neruda mor0u. É muito louco porque ele era todo pilhado na decoração da baia... Tudo é pensado... Cada coisa tá no lugar onde tinha que estar... Os quadros... Tudo... Ele era todo detalhista nesses negócio... Bem interessante... Lá não tem guia mas eles te dão um aparelhinho que tu digita um número dependendo de onde tu tá e o negócio fica falando tipo telefone te guiando. Em português ainda... Foi bom ouvir coiisas em português... não precisar pensar na tradução. De lá saí pra caminhar por outro caminho pra voltar e óbvio que me perdi. Pelo menos conheci bastante...
No outro dia peguei um metrô e fui pra Viña del Mar. Já tinha lido na internet q tava rolando uma mostra de cinema e nesse dia ia t uma mostra d curtas brasileiros. Então cheguei lá e fui dar um tempo até a hora da mostra. Fui até uma das praias, dei um tempo por lá, depois fui até um centro cultural e vi uma exposição de gravuras muito loucas e depois fui ver a mostra. Aquela coisa de sempre... Um ou outro bom e o resto uma palha seca. Mas valeu mesmo assim. Depois da mostra voltei pro hostel e fiquei por lá rateando...
No outro dia só fui até o tal do "museu a céu aberto" que nada mais é do que umas pinturas em umas paredes em um bairro lá. Mas na real eu achei que tinha grafitti mais interessante que aquelas pinturas por lá. Só o legal é que pra chegar lá subi naqueles ascensores... Me senti o Che no diários de motocicleta... Depois desci caminhando mesmo. Tava meio pestiado e com dor de cabeça então voltei logo pro hostel. No outro dia acordei meio angustiado e não me animei mais de ficar lá e juntei minhas coisas e saí. Fui pra Santiago pra depois pegar o ônibus pra Pucón, que só saía às 22h50. Ainda bem que eu tinha baixado o Noites Tropicais do Nelson Motta, daí ao menos tinha o que ler durante esse tempo todo. Depois de passar o dia inteiro esperando o ônibus acabei finalmente saindo de Santiago rumo ao sul. Acabei não surfando em Pichilemu como eu queria, mas azar.. fica pra próxima.
Cheguei em Pucón de manhã e tava um dia tri bonito. Daqui dá pra ver o vulcão Villarica, alto as ganha e coberto de neve. Ainda não sei se vou subir, porque custa uns 70 dólares e eu não sei se tá valendo... A grana ta acabando já e quanto mais dinheiro eu gastar nessas coisas menos tempo eu tenho.
Hoje acordei meio angustiado de novo... Vontade de voltar a dormir de novo e de novo e nunca mais sair da cama... nem curto ficar falando sobre isso porque depois nem quero me lembrar do que me passava pela cabeça quando eu não tava legal... Prefiro deixar por isso e esquecer. Ainda não sei quanto tempo eu fico aqui nem sei direito praonde vou depois... Mas isso tenho pelo menos até amanhã pra decidir. No mais tá tudo bem... Isso eu sei que passa. Ainda to um pouco pestiado mas comprei uns remédios e acho que vai ficar tudo certo. Agora vou sair que a fome tá apertando e nessas de não sair da cama eu perdi o café da manhã...

sábado, 7 de novembro de 2009

08 11 09









Sempre que eu fico um tempo sem postar nada vai acumulando cada vez mais coisa e eu sei que vou precisar de cada vez mais tempo e eu vou deixando deixando... faz quase um mês desde a última vez então vou tentar ser um pouco mais suscinto. Fui pra Arequipa, e já tinha decidido que ia ficar em algum hostel com mais gente pra não ficar tão sozinho, então decidi que ia ficar no The Point. No site diziam pra se ligar que os taxistas podiam querer convencer a ir a outro lugar e tal só pra ganhar comissão, então quando o taxista quis me mostrar "aquele é o vulcão El Misti" eu respondi "não, vou ficar no The Point mesmo..." depois de uns 10 segundos que eu entendi o que ele tinha dito daí tentei consertar e apontei pruma outra montanha e perguntei se aquilo também era um vulcão... Colou mais ou menos, mas azar se o taxista pensa que eu sou louco. O hostel era bem legal, só gurizada viajando na mesma pilha, mas a maioria mais velha que eu, mesa de sinuca, fla-flu... até um projeto de piscina que dava pra sentar no pátio. Conheci um pessoal e conversei com dois americanos que iam pro Cañon del Colca no outro dia e perguntei se podia ir junto. O George (cujo nome é George Michael...), que é bombeiro de floresta nos EUA e trabalha 6 meses por ano e tem 6 meses de folga, e o Jeff, que é formado em Geografia mas trabalha com criança autista. Então arrumei minhas coisas pra no outro dia ir pro canyon. Como a gente pensava em acampar, levei barraca, isolante, saco de dormir, além de roupa, o cavaco e outras coisas que eu esqueci de tirar da mochila. Na hora de sair eu já vi que tinha exagerado e tava muito pesada... mas azar... E então começou o Trekking Indiada parte I. Primeiro pegamos um onibus pra uma cidade chamada Chivay. O ônibus não tinha banheiro e o Jeff e o George tiveram que mijar numa garrafa, o que depois virou prática comum nos outro ônibus sem banheiro que a gente pegou... Dica: Sempre leve um litrão de qualquer coisa pra casos de emergência... Chegamos em Chivay e eu fui comer umas empanadas e eles foram comer uns sanduíches com abacate e mais umas porcarias. Na rodoviária. Não podia dar boa coisa... Ficamos então esperando o ônibus pra Cabanaconde... Quando o ônibus chegou umas 50 pessoas tentaram entrar no ônibus que já estava cheio... Era uma superlotação como eu nunca vi igual... A gente desistiu de entrar no ônibus, mas todos que queriam entraram... devia ter umas 80 pessoas naquele ônibus... sem mentira... tinha nego pendurado pra fora do ônibus que quando a porta fechou foi espremido pra dentro... e disseram que é assim todos os dias... Nós esperamos o próximo ônibus e conseguimos até lugar sentado. O caminho foi sinistro, umas 4 horas de estrada de chão com o ônibus não passando dos 30 por hora, mas enfim chegamos. Fomos prum hotel que era 10 soles a noite, e daí fomos comer uma pizza no hotel mesmo. Pedimos uma pizza Família porque eu tava vesgo de fome e quando a pizza chegou foi a decepção... A pizza Família era pra órfãos mais ou menos... não fez nem cócegas e custou uns 35 soles... No meio da noite os sanduíches de abacate começaram a fazer efeito no Jeff e bateu o desarranjo... E o banheiro não tinha assento... Eu só fui saber no outro dia quando me acordaram querendo ir embora dali de uma vez.. não quiseram ficar nem pro café da manhã... E fomos em direção ao Segundo Canion mais Profundo do Mundo(?) com uma mochila muito mais pesada do que devia. Como a gente não queria pagar guia e coisarada fomos por conta própria sem preparo nenhum sem mapa sem nada. Óbvio que nos perdemos assim que saímos da cidade. Mas encontramos uma das 3 trilhas que desciam até lá embaixo, mesmo que não era a que a gente queria. Nessa função toda acabou que a gente tava descendo o Cânion no sol do meio-dia, com mochilas pesadas e o Jeff desarranjado. Ele ficou pra trás enquanto eu e o George fomos descendo, e quando chegamos o George voltou pra buscar o Jeff que tava semi-morto no meio do caminho. Lá embaixo eu pensei que a gente ia acampar roots no meio do nada, mas tinha um lugar com piscina e tudo, e pra acampar custava 5 soles e pra ficar em uma cabana numa cama era 10 soles... Ou seja, óbvio que eu não ia montar a barraca e dormir no saco de dormir se podia dormir numa cama, e os dois já tavam decididos a ficar na cabana também então ficamos os 3 numa cabana. Como o Jeff tava mal das perna e passou a noite toda frequentando o vaso a gente concluiu que tinha que passar mais um dia lá embaixo antes de subir tudo aquilo de novo. E subir tudo aquilo com a mochila nas costas acho que foi uma das coisas mais difíceis que eu já fiz na vida fisicamente. Por sorte passaram uns caras com umas mulas e o Jeff pagou 30 soles e subiu montado na mula... Daí eu que fui ficando pra trás... O cara chegou a me oferecer a mula, mas eu não quis na hora e depois quando mudei de idéia ele já tava longe e eu tive que seguir na raça mesmo. Mas consegui. Milagrosamente. Depois pegamos o ônibus de volta direto pra arequipa que foi umas 6 horas e pouco sendo umas 5 de estrada de chão. Mas chegamos. Indiada da vida. Mas foi divertido até. Rendeu umas boas risadas.
De Arequipa fomos os 3 pra Puno, no lago Titicaca. Pegamos um ônibus de 15 soles os melhores assentos, no andar de baixo. Mas o banheiro estava trancado e o George apelou pra garrafa novamente... Um cara nos disse que o motivo pelo qual tem ônibus tão barato é que os traficantes montam empresas de transporte pra lavar dinheiro, então o objetivo não é lucrar mesmo... Pelo serviço porco eu até acredito... Nada de muito interessante pra colocar sobre Puno na real, fomos nas ilhas flutuantes e numa outra ilha onde vive um pequeno povoado, que é um teto imaginar como as pessoas vivem isoladas totalmente do mundo e tal com o mesmo estilo de vida há séculos... Só que pra chegar na ilha são umas 3 horas de barco pra ir e 3 pra voltar, e a ilha já fica numa baita altitude e ainda tem que subir um morro... Eu já tava achando aquilo mais uma indiada...
De Puno fui pra Cuzco, finalmente... Já estava há 3 meses no Peru e ainda não tinha ido a Cusco e a Machu Picchu (ainda nao sei onde são os dois 'c')... A cidade é muito bonita, toda ela é antiga, não tem nada de prédios modernos, mas é tudo bem ajeitadinho graças à grana afu que entra do turismo. Fiquei no The Point de novo, que também era legal... Um dia fomos nas ruínas incas que tem em cima do morro ali do lado da cidade mesmo, Saqsayuhaman (ou Sexy Woman). mas chegamos lá e era 40 soles só pra entrar lá. Óbvio que a gente não ia pagar, e conhecemos um cara do lado de fora que por 10 soles nos levou pra entrar na camufla por um lado... Tivemos que dar uma corrida morro acima, se esconder nuns arbustos, mas tudo certo... Ele ainda foi nosso guia lá dentro.
A noite em Cusco não tem nada de muuuito especial na real... tem uma cacetada de lugar, mas tipo, no bairro de San Blas tem uns barzinhos com música ao vivo com bandas boas até... Mas perto da plaza de armas, que é onde acumula a maior parte dos bares, só toca as mesmas 5 músicas em todos os lugares todos os dias. O bom é que além de ser grátis eles ainda te dão cupons de Free Drinks na rua enquanto tentam te arrastar pra algum dos bares. O free drink é sempre rum com coca, mas o bom é que dá pra ir de um bar pro outro a noite toda e ficar bêbado de graça. Claro que tu só faz isso uma vez, porque no outro dia tu não quer mais nem ver rum com coca...
Machu Picchu foi uma indiada à parte. Eu já sabia que tinha como ir sem ser com o trem, e então um dia peguei minha mochila e fui pegar uma van até Santa Maria, pra depois pegar um taxi até Santa Teresa. Pra achar a rua onde se pega as vans eu já me perdi. Dentro de Cuzco. Mas peguei a van e 4 horas depois estava em santa maria. No que eu desci da van já tinha um monte de taxista esperando pra levar pra santa Teresa. Mas claro que tu não vai sozinho... Tinha ao menos umas 7 pessoas a mais no taxi, inclusive uma senhora comigo no banco da frente. Quando ele ia engatar a terceira eu tinha que levantar a perna... Masum pessoal desceu no meio do caminho e depois foi tranquilo. Durmi em Santa Teresa e no outro dia sabia que dava pra ir a pé até a Hidrelétrica e depois era só seguir o trilho do trem até Aguas Calientes. Pois bem... Indiada Trekking parte II... Perguntei como fazia pra ir até a hidrelétrica e a mulher explicou e eu entendi mais ou menos que tinha uma escola e que tinha que dobrar a direita e que depois era só seguir que só tinha um caminho. Eu saí dali, fui andando, vi uma escola, dobrei a direita, e segui pelo único caminho. Depois de caminhar uma meia hora eu resolvi só confirmar se tava indo no caminho certo... E óbvio que eu tava indo pro lado errado... Tava descendo o rio, e a hidrelétrica era subindo o rio. Tive que voltar tudo, perguntar de novo, e então descobri que era pra dobrar à direita bem antes, e que a escola era lá embaixo... E depois realmente, só tinha um caminho... um looooongo caminho... Atravessei a ponte e fui costeando o rio e nada da hidrelétrica... quando depois de muito tempo eu vi uma água saindo de algum lugar, descobri que não era ali ainda... tinha que caminhar mais um tanto... Mas cheguei na parte onde tem os trilhos e fui seguindo os trilhos. É uma bosta caminhar pelos trilhos do trem... As pedras tem um tamanho preciso pra ser o mais incômodo possível de caminhar, e os dormentes estão a uma distância precisa um do outro pra ser muito perto pra pisar só neles e muito longe pra pisar a cada dois deles. Mas enfim, 5 horas e meia depois eu estava em Aguas Calientes. Durmi por lá e no outro dia estava sem condições de subir a montanha toda a pé, e apelei pro ônibus de 7 dólares... Mas foi uma decisão acertada, porque de lá de cima dá pra subir até uma outra parte, uma montanha mais alta onde tem umas ruínas também, Wayna Picchu, que só 400 pessoas podem ir por dia, e é íngrime afu e leva uma hora e meia pra subir, se eu tivesse subido a pé até Machu Picchu nunca que eu ia ter conseguido subir Wayna Picchu. Aquele lugar todo é muito louco... tentar imaginar como as pessoas viviam ali, no meio do nada, aquelas construções com aquelas pedras perfeitamente encaixadas... É de se admirar mesmo.... E fica em um lugar muito bonito, as montanhas todas na volta... Tudo muito bonito... Não tenho muito o que dizer em termos históricos porque eu não segui nenhum guia, só fui andando e curtindo o lugar, pra maiores informações melhor perguntar ao Google. Até porque o pouco que eu ouvi dos guias cada um dizia histórias diferentes... Pra descer a montanha eu desci a pé, pra baixo todo santo ajuda, mas cheguei lá embaixo agonizando, e sabia que não tinha a menor possibilidade de eu voltar caminhando pelos trilhos... Peguei o bom e velho trem até Ollantaytambo e um microonibus até Cuzco. Cheguei num bagaço, mas cumpri a missão de ir até Machu Picchu. Se querem uma dica, não caminhem até a hidrelétrica, existem vans que levam... Poupa umas 2 horas e meia de pernada que fazem diferença no outro dia... E se informem bem pra não se perder como eu... mas eu já to acostumado a dar uma perdidinha sempre...
Por fim, depois de dias em Cusco esperando notícias do tal do correio desisti e peguei um ônibus pra Arequipa e outro pra Arica, já no Chile, onde me encontro nesse momento deitado na cama em uma hospedagem perto da rodoviária. Primeira impressão sobre o Chile: muito mais 'globalizado' que o Peru, mesmo bem perto da fronteira... Nem todo mundo tem cara de índio, tem até uma galerinha Indie, e tudo é mais caro. Amanha vou tentar conhecer a praia e no outro dia já quero ir pra San Pedro de Atacama.

domingo, 11 de outubro de 2009

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Faz uma cara desde a última vez que eu escrevi e muita coisa já aconteceu desde então... Mas quanto mais o tempo passava mais coisa eu ia ter que escrever daí mais eu ficava me salameando com preguiça de escrever... mas como agora eu tenho 2h17min pra esperar o ônibus pra Arequipa e já estou esperando faz algumas horas e não tenho mais absolutamente nada pra fazer vou ficar aqui escrevendo no Word que depois quando eu puder eu posto.

Acho que a última vez que eu escrevi eu estava em Chiclayo... Pois bem... no outro dia eu fui fazer um tour pelos sítios arqueológicos e museus que tem por perto de Chiclayo. Eu, umas tias que acho que eram professoras, um casal de gringos que na soma devia ter uns 140 anos, e uma mãe com a filha. Programão. Fomos primeiro em um sítio arqueológico bem importante, onde encontraram uma tumba de alguém importante que ficou conhecido como o Senhor de Sipán. Também encontraram várias outras tumbas e tal... E tem um museu bem rico nessas coisas desses povos pré-Incas. Depois fomos em um outro museu em Lambayeque, que é do lado, onde tinham várias coisas de vários povos.. e uma sala só com coisas de ouro... E depois fomos na “maior pirâmide das américas”... Eles adoram dizer que tudo é o maior, mais extenso, mais importante, mais antigo... Talvez eles digam isso porque não podem dizer que é o “mais interessante”, daí metem um outro superlativo pros turista acharem que devem ir conhecer. Pois bem... a pirâmide, como boa parte das construções, foi feita de adobe, que são esses tijolos de barro que não vão pro forno. Mas depois de todos esses anos de ventos e El Nino ela foi sofrendo os efeitos da erosão como qualquer montanha, e hoje não dá pra dizer o que é pirâmide e o que é montanha... Além de que a pirâmide não tem uma forma exatamente piramidal... não tem uma ponta. São só como se fossem plataformas que foram sendo construídas um andar de cada vez, e às vezes dá pra ver onde termina um andar e começa outro... Mas de longe parece só um morro. Depois das pirâmides passamos em uma loja onde vendem os “famosos” King-kong, (ou kingkones, no plural) que é um doce tradicional que eles têm lá. Rolava uma degustação mas eu não curti e não comprei. Depois uma das tias me deu de presente um pacote de merengues com um recheio meio estranho que eu não consegui comer tudo e deixei o resto no hotel.

No outro dia fui até o terminal dos ônibus e comprei uma passagem para Pacasmayo, pra ver se rolava um surf. Eu sabia que não tinha swell nenhum, mas queria ver pra ter certeza. Desci do ônibus e peguei um moto-taxi até a praia pra ver se tavam rolando as ondas. Como elas não tinham nem 20cm eu voltei pra parada e peguei um ônibus até Trujillo, e de lá dividi com um casal de gringos um táxi até Huanchaco. Cheguei lá e fomos caminhando procurar hotel, e passou um bodyboarder saindo do mar e disse que tava num hotel ali perto que tinha banheiro privativo com água quente e TV a cabo por 15 soles, o Plazza’s, então fomos pra lá. Foi a sorte, porque na primeira noite, como fazia uns dois dias que eu não comia nada decente porque não encontrava nada de bom sem carne em Chiclayo e tava na base de pão e bolachinha, eu decidi procurar algo nutritivo pra comer, e achei um restaurante de comida mexicana que tinha um burrito vegetariano... Tinha varios vegetais e tal e feijão... Pensei que ia me fazer bem. No outro dia já acordei mal. Tentei ir até um lugar ali perto tomar café da manhã e achei que ia morrer no caminho. Não consegui comer e fiquei desarranjado por uns dois dias e meio. Dei graças a Deus que eu tava sozinho no quarto com um banheiro só pra mim, e que tinha TV a cabo, porque eu não saí do quarto praticamente. Ia até a esquina e tinha que voltar correndo pra ir no banheiro. Depois comprei um remédio que a mulher do hotel me recomendou e vários Gatorade e aos poucos fui melhorando. No fim fiquei uns 5 dias em Huanchaco quando podia ter ficado bem menos. Mas não dá nada. O ruim de ter um quarto só pra ti é que tu acaba não conhecendo ninguém. Tinha dias que eu só falei com a mulher da recepção.

Como eu estava acompanhando o swell que tava chegando pelo site do INPE (ondas.cptec.inpe.br), quando o swell tava chegando eu me larguei pra Chicama. Encontrei um gringo na recepção que tava com a bóia e tava indo pra Chicama de táxi daí eu já entrei na barca junto. No fim acabei gastando pouco mais do que eu teria gasto se tivesse pego um táxi sozinho até Trujillo e um ônibus até Chicama... Então tudo certo. Cheguei e os gringos ficaram um uma hospedagem que eu não curti e fui caminhando até o famoso El Hombre. Lá tinha uma galera bem legal... Um casal de alemães, uma inglesa que tava com um suíço, um uruguaio que vivia na Inglaterra... Todo mundo muito gente boa e um ambiente muito massa. Logo já fomos dar o banho. Como o Point ainda não tava funcionando fomos pegar onda no Cabo, que é a uma meia hora de distância caminhando por pedras de todas as formas e tamanhos possíveis. Ali era importante ter uma botinha... O que eu machuquei meus pés caminhando naquelas pedras não ta no gibi. Pra surfar no Cabo tem que pular de uma pedra na hora certa em que a onda vem, e então tu dá uma remadinha e uns joelhinhos e já começa a pegar as ondas... A corrente é bizarra, então não existe remar de volta... tem que ficar ligado em quando chega em uma parte em que tenha uma praiazinha com areia pra sair... Senão se tu tenta sair pelo lugar errado vai chutando pedra e pisando em pedra e se cortando o tempo todo. Mas é uma viagem porque tu pega uma onda e quando ela acaba tu espera ali mesmo e já vem outra e tu já pega e já segue... Depois sai, caminha de novo até o pico que se pula da pedra e vai de novo... Na segunda vez eu tava chegando mas não tava bem posicionado pra pular e veio a onda e eu fui pular acabei pulando meio atrasado e dei com o joelhão e os pés na pedra... Consegui furar o long no joelho e cortar afu meu pé... Bem pateta. Mas nesse dia já fiquei apavorado com como a onda era longa... Saí de lá quando já tava tri escuro e não se enxergava mais nada com um sorrisão no rosto de quem tinha pego as melhores ondas da vida até então. No outro dia de manhã fomos surfar lá de novo... Altas ondas, longas afu de novo... As ondas não eram muito grandes, mas eram boas e longas... depois que tu pega a manha de entrar na onda só vai... Na tarde dormi até umas 5 quase, mas já tava funcionando o point, então entrei ali e peguei a onda mais longa que eu já tinha pego na vida... Só peguei uma onda no point e depois outras pra sair e tava mais do que faceiro... No outro dia de manhã point de novo, e na tarde de novo. Na tarde peguei uma onda bizarra de longa, e quando ela fechou eu saí e já peguei a de trás e fui mais muuuito longe, daí quando terminou a de trás eu não peguei mas peguei a seguinte e fui muuuito longe de novo... Acho que andei mais de quilômetro em 3 ondas... Cheguei a ficar com as pernas cansadas. Ondas perfeitas, do tamanho que eu gosto.. Melhores ondas da vida com certeza. Mas depois quando entrei de novo o mar já tava piorando e a corrente aumentando e já não me dei mais muito. No outro dia já não tava mais funcionando o point então eu arrumei minhas coisas e fui embora... E o pessoal foi surfar no Cabo. Tava meio arrependido de ter ido embora... porque o pessoal era muito gente boa... tinha sido o melhor momento da minha viagem e eu tava indo embora... Mas esses dias encontrei os alemães em Lima e eles disseram que naquele dia as ondas tavam palha e eles também foram embora logo depois... Então não perdi nada no fim das contas.

De lá fui a Trujillo e então fui a Huaraz, na cordilheira branca, onde eu fiz o Trekking Llanganuco – Santa Cruz, de 4 dias e 3 noites, e foi simplesmente demais. Cada visual... Pra qualquer lugar que tu olhava a qualquer momento era uma vista maravilhosa... Na primeira noite quando chegamos no camping começou a chover, e eu já tava angustiado de ficar dentro da barraca cuidando pra não encostar nas paredes senão molhava tudo... Mas depois a chuva parou e não choveu mais o resto do tempo... e foi tudo certo... Bah, depois de surfar Chicama essa foi a melhor coisa que eu já fiz nessa viagem. Simplesmente não tem como descrever. A paz que tu sente quando senta na beira de uma lagoa com a água azul na beira de um pico nevado... Não tem explicação. Foi caro, mas valeu muito a pena.

De lá fui a Lima, queria vender minha prancha, mas no primeiro dia me pilhei de ir surfar em Miraflores, que era o bairro que eu tava, no hostel Pariwana. Só que eu tava a umas 10 quadras do mar, e era no meio da cidade. Saí de long e prancha e pé descalço pelo meio da city, no meio da galera de terno, todo mundo me olhando... Só eu assim... E ainda quando terminou a rua a praia ficava descendo um barranco a uns 500m pra baixo (tah, talvez menos) e não tinha por onde descer. Tive que andar mais umas 5 quadras até achar uma escadaria que fosse até a praia. Tava de cara já com a indiada que eu tinha me metido... E só pensando na roubada que ia ser voltar depois. Mas fui, surfei aquele mar meio palha... Uma onda gorda toda estranha... Mas foi uma experiência. Depois caminhei tudo de volta de novo e tava decidido a não fazer isso de novo. No mesmo dia conversei com uns brasileiros que tavam no hostel que eram biólogos e tavam lá prum congresso de ecotoxicologia e química ambiental, e no outro dia eu fui com eles pra lá. Assisti umas palestrinha... Me empanturrei no coffee-break... Mas nada de muuito interessante. Na noite fui inventar de ir na onda dum cara de Porto que tinha chegado e fomos pruma festa lá... El Dragón... Saí com 20 soles e umas moedas... E a entrada era 20 soles. Mas ganhava uma bebida. Segurei aquele papel que valia uma bebida até não agüentar mais de sede, porque sabia que ia ser a única coisa que eu ia beber a noite toda. A festa foi aquela mesma merda que é em todo lugar. Aperto, música ruim... A diferença é que todo mundo tinha cara de peruano. Olhando pra cara da galera dava pra entender a origem do nome do lugar... Terminou que uma hora eu achei um canto pra dormir, já que eu não tinha grana pra pagar um táxi sozinho e tinha que esperar o outro brasileiro e o portuga que foi junto... Só que os dois se engraçaram com umas local e eu tive que ficar esperando... Dormi quando tava rolando um Chemical Brothers e acordei com uma Salsa pegada. Sei lá quanto tempo durou... No fim deixamos o portuga lá e fomos embora... No outro dia fui sair pra vender minha prancha, mas o guardinha não quis deixar eu entrar com a prancha no centro comercial lá onde tinha uma loja de surf... Daí quando eu disse pra ele que eu só queria vender minha prancha um magrão que tava ali do lado perguntou “quanto?” e eu disse 150 soles e ele foi ali sacou dinheiro e comprou ali mesmo... Uma beleza... Ainda fiquei com as quilhas pra mim, que eram FCS, ainda que estejam um pouco detonadinhas... Saí faceiro, porque provavelmente a loja não ia comprar, ia ir lá mais pra perguntar onde podia vender, só que era feriado então deveria tah tudo fechado, mas apareceu o magrãozinho querendo uma prancha pra aprender... a minha tava boa pra aprender... Não tava muito inteira, mas tava barata e boa pra ele. E eu não ia ganhar mais que isso mesmo. Provavelmente nem isso. No mesmo dia já fui pegar o ônibus pra Pisco.

Pisco foi totalmente devastada por um terremoto em 2007, então não tem uma casa que não esteja meio em obras. O que não é ruína é obra. Parece um cenário de guerra. Dá medo de andar na rua na noite... sei lá. Mas dei uma banda até as agências de turismo e fechei o pacote pra Islãs Ballestas e Paracas pro outro dia. As Islãs Ballestas são um santuário pra uma cacetada de pássaros e leões marinhos... Tudo fede a merda de passarinho, e na real eles pegam toda aquela merda de tempos em tempos e vendem como fertilizantes. O guano, que é como chamam a merda, já foi o principal produto de exportação do Peru em outros tempos. E lá tem milhares de pássaros, então é muita merda. Lá tem os mesmos pássaros de pé azul que tem em Máncora, só que esses não tem pé azul. Fiquei teteando sobre isso... Dá pra ver bem como a evolução é algo que não tem como prever... Provavelmente quando apareceu um pássaro daqueles de pé azul mais pro norte ele que pegou todas as menininhas e deixou descendentes e daí elas só queriam saber dos de pé azul e quanto mais azul melhor então no norte todos tem pé azul e ali mais pro sul nenhum tem... O pé azul provavelmente não apresenta vantagem evolutiva ou adaptativa nenhuma, só é vantagem na hora de impressionar as passarinhas. A natureza é uma viagem. Depois fomos pra reserva nacional de Paracas, que foi meio decepcionante. Fomos até uma parte onde é território dos flamingos, só que a gente só podia chegar a uns 500m dos flamingos, mais ou menos... Dava pra no máximo supor que aquilo eram flamingos... não se enxergava nada. Tirei foto só pra constar mesmo, porque não aparece nada. Depois fomos num lugar onde supostamente dava pra ver uma formação rochosa que era conhecida como Catedral. Só que depois do terremoto mais da metade caiu e foi por água abaixo, então era só uma montanha de pedra, e no mirador tinha uma foto de como era antes, acho que pra galera não reclamar que não tinha catedral nenhuma. Depois fomos até uma outra praia pra almoçar e dpois fomos embora. Então peguei minhas coisas e fui pegar o ônibus pra Ica.

De Ica fui direto a Huacachina, que é um oásis no meio do deserto, onde tem vários hotéis e restaurantes e onde rola uns passeios de buggie pelas dunas. Cheguei lá verde de fome e com 4 soles no bolso e lá não tinha lugar pra trocar dinheiro e nem caixa eletrônico. Fiquei muito tempo dando banda procurando até aceitar ser extorquido por uma mulher que trocou pra mim a 2,60 quando o normal eh 2,80 só pra conseguir comer já que eu tava só com o café da manhã. Fui pra cama cedo, e no outro dia (hoje, no caso) acordei cedo e fui fazer o passeio de buggie e sandboard. O buggie aqui não é como os que tem no Brasil, é um negócio muito mais seguro que se virar não vai morrer todo mundo porque é tipo uma gaiola e todos banco tem cinto e tem lugar prumas 8 pessoas eu acho... Ou mais até... É bem grande. Foi bem massa o passeio... Montanha Russa praticamente... daí volta e meia a gente parava pra descer de sandboard. Me quebrei umas vezes como não podia deixar de ser, mas foi massa. Quando acabou peguei minhas coisas e vim pra Nazca. Parei num mirador onde supostamente daria pra ver umas das figuras, mas mal se via uma que outra. Mas já tinha gastado muito nos últimos dias e não pilhei de dar a banda de avião... Queriam 65 dolares no hotel... Vou deixar pra ir uma outra oportunidade... É bom não ver tudo agora pra poder voltar depois e ainda ter coisa nova pra ver... Depois passei o resto do dia em Nazca vegetando esperando o ônibus... E agora já ta na hora de embarcar. Quando rolar a internet eu posto isso tudo que já deu 4 páginas do Word e não acredito que alguém vá ler até o fim.

Ah, hoje faz 3 meses que eu saí...

domingo, 20 de setembro de 2009

20 09 09




pois então...
Finalmente tô com internet de novo depois de uma semana roots em Lobitos... Estou escrevendo do quarto 212 do Hotel El Sol em Chiclayo, e tá rolando uma festa em algum lugar perto da minha janela... mas vamos por partes...
Acho que nem falei sobre Montañita ainda... Bom, Montañita as poucas ruas que tem lembra um pouco a Ferrugem, sei lah. Tem vários barzinhos... Na noite rola um showzinho no fim de semana... Não tinha muita gente e da gente que tinha acho que metade era hippie vendendo alguma coisa... Mais gente pra vender do que pra comprar.. Tipo a Guarda... Mas chegamos lá eu e o Charlie depois de ir vendo o filme lá da Gueixa quase até o final, mas chegamos e eu não sei no fim o que acontece. Mas por isso acho que a viagem deve ter durado umas 2h, bem menos que as 3h30 que eu havia lido que levava de Guayaquil até lá. Ou a estrada antes era uma merda, porque agora é tranquila, ou o motora é tipo o outro que chegou em Guayaquil 2h antes... Ou os dois... Mas enfim, chegamos e o tempo tava cinza e meio que um chuvisqueiro... Um cara nos ofereceu hospedagem por 5 dólares por dia e a gente foi ver e acabou ficando. Era o lugar mais barato, mas não tinha café da manhã e no fim a gente acabou gastando o mesmo que se tivesse ficado em um melhorzin que custava 7 mas tinha café da manhã. Fui logo pegar minha prancha pra surfar a famosa direita que rola lá... Mas quando cheguei na praia o mar tava mexido e estranho tipo xangri-lá... E nada da tal da direita longa... Parece que só rola no verão... Um cara de Guayaquil que a gente conheceu no ônibus disse que esse é o pior mês... No fim fiquei um pouco no mar e enchi o saco... No outro dia o mar já estava um pouco melhor, mas melhor ainda tipo xangri-lá, nada de muito bom... Mas deu pra se divertir. Só que o tempo continuava a mesma merda... E depois o Charlie conversou com um local de lá que disse que faz mais de mês que o sol não aparece por lá... Isso foi meio desanimador... Como eu tava mais na pilha do surf mesmo decidi que ia voltar com o Charlie no outro dia e ir pra Lobitos, que eu sabia que sempre tem sol e onda. Na noite fomos no lugar onde tava rolando o showzinho e depois rolou um campeonato onde quem tomasse uma garrafa grande de ceva primeiro de canudinho ganhava uma garrafa de vodka. Eu nem gosto de vodka, mas tava tri afim de tomar uma ceva mas não tava disposto a gastar e fazia horas que tava sem tomar nada, então fui participar só pra poder tomar uma ceva grátis (foda era o canudinho... No meio do caminho já tava com dor de cabeça) . No fim um colombiano ganhou merecidamente. Eu tava no bolo disputando o segundo lugar... Não ganhei mas também não fiz fiasco... E ganhei minha ceva grátis.
No outro dia começamos a jornada de volta... Assistindo A Espera de um Milagre e perdendo o fim de novo... Depois ficamos mofando um pouco na rodoviária de Guayaquil esperando um ônibus que fosse durante a noite. Eu queria ir até Talara pra pegar uma van pra Lobitos mas no fim das contas acabei ficando no hotel em mancora de novo porque chegamos no meio da madrugada de novo... quando era pra chegar de manhã cedo... de novo... Mas tudo certo. Durmi um pouco e depois um cara do hotel mesmo me levou pra Lobitos...
Lobitos é praticamente uma cidade fantasma. É só um vilarejozinho que não tem praticamente nada, e um monte de ruínas de galpões e prédios no meio do deserto. Um pouco da história do lugar, segundo o dono da hospedagem onde fiquei: No fim do século 19 aquilo era uma vila de pescadores quando uns ingleses viram que a vegetação de lá, o Bosque Seco, era bom pra fazer carvão, que era o que tava se usando, então foram pra lá explorar aquilo tudo. Depois que devastaram tudo encontraram petróleo. Nesse tempo alí tinha uma baita estrutura... Morava uma galera lá e todo mundo tinha água e gás de graça, diz o cara. Depois com o golpe militar eles estatizaram as empresas de petróleo e mandaram os gringo embora. Ali virou uma baita base militar por sua posição estratégica. Daí rolou um conflito com o Equador e quando firmaram um tratado de paz eles se comprometeram de desmilitarizar a fronteira até uns 500 km parece. Então debandaram tudo de lá, e só ficaram uma meia dúzia de milico e um monte de ruínas de prédios. Hoje em dia não tem um supermercado... O mercado é uma sala da casa de uma família... que tu pode pedir o que tu quer pela janela... E tem de tudo naquele quartinho... Até gasolina se compra no mesmo lugar... Te trazem um galão de água cheio de gasolina e um funil por 10 soles... daí tu abastece e devolve a garrafa e o funil. E nós aqui cheio das legislação e licença ambiental pra poder abrir um posto por causa do risco de contaminação do solo... lá o posto é uma casa.
O lugar onde eu fiquei era uma casa onde mora só um cara, o Jean-Pierre, e tem dois quartos cada um com dois beliches. Quando eu cheguei já não tinha água... Mas parece que isso é meio comum.. Mas tinha um baita tonel de agua mas que já tava acabando tb... Quando acabou ficou um tempo sem, e a gente tinha que comprar água mineral pra cozinhar... banho e banheiro entao nem pensar... só no mato... Quando foi um cara lá pra encher o tonel com uns galões de água, que já dava pra usar o banheiro (usando um balde pra dar a descarga) eu já tava a 3 dias sem 'evacuar'... e daí no primeiro uso já entupi a porcaria e já ninguém mais pode usar e já ficou todo mundo de cara comigo e me tirando... mas q q eu posso fazer... Hoje depois de mais uns 3 ou 4 dias sem fui obrigado a ir no mato pela primeira vez na vida... Mais um aprendizado da viagem... heuhe...
O Jean-Pierre é Surfista de Cristo, vai direto na igreja, e tinha até uns DVD's do pastor Silas Malafaia, acho que é do Rio, que eu vi com ele: "As responsabilidades do homem e da Mulher no Casamento" e "12 motivos que levam um casamento ao fracasso"... Tudo embasado na Bíblia, é claro... Mas acho q foi bom eu ter ido parar lá porque me pilhei de ler um pouco a Bíblia de novo... E sei lá... sempre é bom... Sempre tem alguma coisa que faz todo sentido quando tu tá lendo... E é no mínimo a história de um Iluminado... é como ler a história do Buda ou algo assim (que eu acabei de ler uma e to lendo outra por sinal).
Mas no fim acabei surfando mais em Piscinas do que em Lobitos... Lobitos a onda é mais perfeita, mas é mais cavada, mais tubular e quando entra tem 20 cabeça tentando pegar a mesma onda sempre (isso não é uma hipérbole)... Piscinas a onda é mais gorda mas é mais constante e tem menos gente e menos corrente também... em Lobitos tu não para de remar um minuto... daí tá o tempo todo cansado... Daí pra entrar naquela onda cansado é complicado... se tu demora demais quando fica em pé só tem um buraco embaixo de ti e tu só vai... teve um dia que eu saí porque estava cansado de tanto apanhar do mar... No fim preferia ir pra Piscinas (ou La Piscina, segundo o Jean-Pierre) que depois que tu pega a manha de como entrar na onda não tem erro... Pode tá gigante que não tem problema (o único problema é entrar...). Peguei as melhores e as maiores ondas da minha vida lá com certeza...
Mas já tava legal de ficar lá... Conheci uma galera massa, me diverti, surfei bastante, mas já senti que tava na hora de ir... então hoje fui pra Talara pra pegar um ônibus pra pacasmayo ou chicama ou trujillo... mas acabei pegando um pra Chiclayo... agora não sei ainda o que vou fazer... queria conhecer uns museus que tem aqui mas são todos longe parece.... amanha vou ver qq eu faço... depois sigo pra uma das 3... ou as 3...
Hoje li num jornal no ônibus uma notícia bizarra: Uma mulher se negou a fazer sexo com o marido daí ele se emputeceu e pegou uma faca e deu na cara dela... daí deu uma pancada nela que ela apagou e ele achou que tinha matado ela e se desesperou e se deu uma facada na jugular... Mas tudo isso no escuro... daí nisso ele foi acender a luz e meteu a mão num fio desencapado e morreu eletrocutado... E uma foto dele de cueca todo ensanguentado no chão. BIZARRO. Ah, a mulher passa bem.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

09 09 09

Enfim cheguei em Guayaquil... Vou sentir saudades do povo todo do Samana Chakra, mas to feliz por mudar de ares... Eu e o Charlie pegamos o ônibus ontem às 21h e era pra chegar hoje às 6, mas chegamos umas 4h20min... Nem imagino a velocidade que o motora tava pra chegar essa hora... No fim chegamos e viemos direto pro Hostel Nucapacha, que fica num bairro bem ajeitado aqui em Guayaquil... Dormimos um pouco, tomamos café da manhã e pegamos um ônibus até o Malecón e depois demos uma pernada até Las Peñas, que parece que era uma favela que foi revitalizada e ficou bem bonito... Tem as fotos de como era antes as casas... Conseguiram transformar algo feio em ponto turístico... A gente vai subindo uma escadaria que tem os degraus numerados, e lá em cima (no degrau 444) tem um farol e uma igreja... E uma baita vista de toda a cidade... É uma baita cidade... Feia como toda cidade grande, mas eu achei que fosse ser bem pior. Depois fomos até um Museu de Antropologia e Arte Contemporânea... só nós no museu... Mas bem interessante... Com a história e cerâmica de todos os povos que habitaram o Equador antes da chegada dos espanhóis... E a parte de arte também tinham várias coisas bem interessantes.. Depois fomos dar uma caminhada pela cidade e paramos pra comer umas empanadas e tava passando o jogo Equador e Bolívia... A cidade inteira uniformizada...Eu tava pensando que deve ser um saco o esporte nacional ser um que o país nunca ganha nada, mas eles ganharam de 3 a 1 e pelo que eu entendi agora se acontecer uma combinação mirabolante de resultados eles até vão pra copa... No fim das contas eles até parecem satisfeitos... Agora voltamos pro hotel pra tomar um banho de piscina que aqui ta um baita calor... Acho que amanhã vamos pra Montañita... Não sei o que mais tem pra fazer aqui...
Tem uns ingleses aqui (acho que são ingleses porque eu não entendo nada que o cara fala com aquele sotaque) que estão indo pro norte e perguntaram se eu não queria comprar prancha ou roupa de borracha, que eles tão se desfazendo... No fim comprei um long john da quiksilver por 50 dolares e agora posso até pensar em ir pra Lima surfar... Prancha eu não vou comprar porque já me apeguei emocionalmente à minha.. quero ver como vai ser na hora de ir embora....
Enfim... acho que é isso...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

02 09 09





Hoje fui surfar com uns brasileiros que estão aqui no hotel... Passamos por Lobitos mas tava muito pequeno e fomos pra Piscinas, que é praticamente do lado. E bah.. melhor dia de todos desde que eu cheguei... Meio metrinho quebrando perfeito ee uma onda tri longa... não tanto quanto Lobitos mas mesmo assim absurda... E hoje já tava um pouco mais no ritmo e consegui pegar várias ondas boas... Nós saímos do hotel às 6h10min pra chegar lá antes do crowd... e deu certo... chegamos e só tinha mais um cara na água por um bom tempo... pegamos um monte de ondas e daí começou a encher... E as ondas foram ficando mais escassas... até que já tinha gente demais e nós saímos... mas já tava todo mundo de cabeça feita depois de umas 2h de surf só pegando onda boa e indo até a beira... Depois ainda fomos dar uma conferida em Lobitos de novo... mas não tinha nada... Amanha eu tenho que trabalhar, mas de repente quinta rola ir de novo... Tomara
Esses dias fui com o filho da mulher q tah administrando o hotel, que é tia da dona, e mais uns amigos dele surfar em Peña Redonda... mas tava fraco... onda tipo Xangri-lá num dia ruim... Nada que valha a pena constar... huehe Mas sempre vale conhecer uma praia nova... e essa era completamente deserta... só nós e um leão-marinho morto fedorento sendo devorado por uma turba de caranguejos..
Essa é minha última semana aqui... dia 8 vou pra Guayaquil e depois Montañita... Depois volto pro Peru...