sábado, 7 de novembro de 2009

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Sempre que eu fico um tempo sem postar nada vai acumulando cada vez mais coisa e eu sei que vou precisar de cada vez mais tempo e eu vou deixando deixando... faz quase um mês desde a última vez então vou tentar ser um pouco mais suscinto. Fui pra Arequipa, e já tinha decidido que ia ficar em algum hostel com mais gente pra não ficar tão sozinho, então decidi que ia ficar no The Point. No site diziam pra se ligar que os taxistas podiam querer convencer a ir a outro lugar e tal só pra ganhar comissão, então quando o taxista quis me mostrar "aquele é o vulcão El Misti" eu respondi "não, vou ficar no The Point mesmo..." depois de uns 10 segundos que eu entendi o que ele tinha dito daí tentei consertar e apontei pruma outra montanha e perguntei se aquilo também era um vulcão... Colou mais ou menos, mas azar se o taxista pensa que eu sou louco. O hostel era bem legal, só gurizada viajando na mesma pilha, mas a maioria mais velha que eu, mesa de sinuca, fla-flu... até um projeto de piscina que dava pra sentar no pátio. Conheci um pessoal e conversei com dois americanos que iam pro Cañon del Colca no outro dia e perguntei se podia ir junto. O George (cujo nome é George Michael...), que é bombeiro de floresta nos EUA e trabalha 6 meses por ano e tem 6 meses de folga, e o Jeff, que é formado em Geografia mas trabalha com criança autista. Então arrumei minhas coisas pra no outro dia ir pro canyon. Como a gente pensava em acampar, levei barraca, isolante, saco de dormir, além de roupa, o cavaco e outras coisas que eu esqueci de tirar da mochila. Na hora de sair eu já vi que tinha exagerado e tava muito pesada... mas azar... E então começou o Trekking Indiada parte I. Primeiro pegamos um onibus pra uma cidade chamada Chivay. O ônibus não tinha banheiro e o Jeff e o George tiveram que mijar numa garrafa, o que depois virou prática comum nos outro ônibus sem banheiro que a gente pegou... Dica: Sempre leve um litrão de qualquer coisa pra casos de emergência... Chegamos em Chivay e eu fui comer umas empanadas e eles foram comer uns sanduíches com abacate e mais umas porcarias. Na rodoviária. Não podia dar boa coisa... Ficamos então esperando o ônibus pra Cabanaconde... Quando o ônibus chegou umas 50 pessoas tentaram entrar no ônibus que já estava cheio... Era uma superlotação como eu nunca vi igual... A gente desistiu de entrar no ônibus, mas todos que queriam entraram... devia ter umas 80 pessoas naquele ônibus... sem mentira... tinha nego pendurado pra fora do ônibus que quando a porta fechou foi espremido pra dentro... e disseram que é assim todos os dias... Nós esperamos o próximo ônibus e conseguimos até lugar sentado. O caminho foi sinistro, umas 4 horas de estrada de chão com o ônibus não passando dos 30 por hora, mas enfim chegamos. Fomos prum hotel que era 10 soles a noite, e daí fomos comer uma pizza no hotel mesmo. Pedimos uma pizza Família porque eu tava vesgo de fome e quando a pizza chegou foi a decepção... A pizza Família era pra órfãos mais ou menos... não fez nem cócegas e custou uns 35 soles... No meio da noite os sanduíches de abacate começaram a fazer efeito no Jeff e bateu o desarranjo... E o banheiro não tinha assento... Eu só fui saber no outro dia quando me acordaram querendo ir embora dali de uma vez.. não quiseram ficar nem pro café da manhã... E fomos em direção ao Segundo Canion mais Profundo do Mundo(?) com uma mochila muito mais pesada do que devia. Como a gente não queria pagar guia e coisarada fomos por conta própria sem preparo nenhum sem mapa sem nada. Óbvio que nos perdemos assim que saímos da cidade. Mas encontramos uma das 3 trilhas que desciam até lá embaixo, mesmo que não era a que a gente queria. Nessa função toda acabou que a gente tava descendo o Cânion no sol do meio-dia, com mochilas pesadas e o Jeff desarranjado. Ele ficou pra trás enquanto eu e o George fomos descendo, e quando chegamos o George voltou pra buscar o Jeff que tava semi-morto no meio do caminho. Lá embaixo eu pensei que a gente ia acampar roots no meio do nada, mas tinha um lugar com piscina e tudo, e pra acampar custava 5 soles e pra ficar em uma cabana numa cama era 10 soles... Ou seja, óbvio que eu não ia montar a barraca e dormir no saco de dormir se podia dormir numa cama, e os dois já tavam decididos a ficar na cabana também então ficamos os 3 numa cabana. Como o Jeff tava mal das perna e passou a noite toda frequentando o vaso a gente concluiu que tinha que passar mais um dia lá embaixo antes de subir tudo aquilo de novo. E subir tudo aquilo com a mochila nas costas acho que foi uma das coisas mais difíceis que eu já fiz na vida fisicamente. Por sorte passaram uns caras com umas mulas e o Jeff pagou 30 soles e subiu montado na mula... Daí eu que fui ficando pra trás... O cara chegou a me oferecer a mula, mas eu não quis na hora e depois quando mudei de idéia ele já tava longe e eu tive que seguir na raça mesmo. Mas consegui. Milagrosamente. Depois pegamos o ônibus de volta direto pra arequipa que foi umas 6 horas e pouco sendo umas 5 de estrada de chão. Mas chegamos. Indiada da vida. Mas foi divertido até. Rendeu umas boas risadas.
De Arequipa fomos os 3 pra Puno, no lago Titicaca. Pegamos um ônibus de 15 soles os melhores assentos, no andar de baixo. Mas o banheiro estava trancado e o George apelou pra garrafa novamente... Um cara nos disse que o motivo pelo qual tem ônibus tão barato é que os traficantes montam empresas de transporte pra lavar dinheiro, então o objetivo não é lucrar mesmo... Pelo serviço porco eu até acredito... Nada de muito interessante pra colocar sobre Puno na real, fomos nas ilhas flutuantes e numa outra ilha onde vive um pequeno povoado, que é um teto imaginar como as pessoas vivem isoladas totalmente do mundo e tal com o mesmo estilo de vida há séculos... Só que pra chegar na ilha são umas 3 horas de barco pra ir e 3 pra voltar, e a ilha já fica numa baita altitude e ainda tem que subir um morro... Eu já tava achando aquilo mais uma indiada...
De Puno fui pra Cuzco, finalmente... Já estava há 3 meses no Peru e ainda não tinha ido a Cusco e a Machu Picchu (ainda nao sei onde são os dois 'c')... A cidade é muito bonita, toda ela é antiga, não tem nada de prédios modernos, mas é tudo bem ajeitadinho graças à grana afu que entra do turismo. Fiquei no The Point de novo, que também era legal... Um dia fomos nas ruínas incas que tem em cima do morro ali do lado da cidade mesmo, Saqsayuhaman (ou Sexy Woman). mas chegamos lá e era 40 soles só pra entrar lá. Óbvio que a gente não ia pagar, e conhecemos um cara do lado de fora que por 10 soles nos levou pra entrar na camufla por um lado... Tivemos que dar uma corrida morro acima, se esconder nuns arbustos, mas tudo certo... Ele ainda foi nosso guia lá dentro.
A noite em Cusco não tem nada de muuuito especial na real... tem uma cacetada de lugar, mas tipo, no bairro de San Blas tem uns barzinhos com música ao vivo com bandas boas até... Mas perto da plaza de armas, que é onde acumula a maior parte dos bares, só toca as mesmas 5 músicas em todos os lugares todos os dias. O bom é que além de ser grátis eles ainda te dão cupons de Free Drinks na rua enquanto tentam te arrastar pra algum dos bares. O free drink é sempre rum com coca, mas o bom é que dá pra ir de um bar pro outro a noite toda e ficar bêbado de graça. Claro que tu só faz isso uma vez, porque no outro dia tu não quer mais nem ver rum com coca...
Machu Picchu foi uma indiada à parte. Eu já sabia que tinha como ir sem ser com o trem, e então um dia peguei minha mochila e fui pegar uma van até Santa Maria, pra depois pegar um taxi até Santa Teresa. Pra achar a rua onde se pega as vans eu já me perdi. Dentro de Cuzco. Mas peguei a van e 4 horas depois estava em santa maria. No que eu desci da van já tinha um monte de taxista esperando pra levar pra santa Teresa. Mas claro que tu não vai sozinho... Tinha ao menos umas 7 pessoas a mais no taxi, inclusive uma senhora comigo no banco da frente. Quando ele ia engatar a terceira eu tinha que levantar a perna... Masum pessoal desceu no meio do caminho e depois foi tranquilo. Durmi em Santa Teresa e no outro dia sabia que dava pra ir a pé até a Hidrelétrica e depois era só seguir o trilho do trem até Aguas Calientes. Pois bem... Indiada Trekking parte II... Perguntei como fazia pra ir até a hidrelétrica e a mulher explicou e eu entendi mais ou menos que tinha uma escola e que tinha que dobrar a direita e que depois era só seguir que só tinha um caminho. Eu saí dali, fui andando, vi uma escola, dobrei a direita, e segui pelo único caminho. Depois de caminhar uma meia hora eu resolvi só confirmar se tava indo no caminho certo... E óbvio que eu tava indo pro lado errado... Tava descendo o rio, e a hidrelétrica era subindo o rio. Tive que voltar tudo, perguntar de novo, e então descobri que era pra dobrar à direita bem antes, e que a escola era lá embaixo... E depois realmente, só tinha um caminho... um looooongo caminho... Atravessei a ponte e fui costeando o rio e nada da hidrelétrica... quando depois de muito tempo eu vi uma água saindo de algum lugar, descobri que não era ali ainda... tinha que caminhar mais um tanto... Mas cheguei na parte onde tem os trilhos e fui seguindo os trilhos. É uma bosta caminhar pelos trilhos do trem... As pedras tem um tamanho preciso pra ser o mais incômodo possível de caminhar, e os dormentes estão a uma distância precisa um do outro pra ser muito perto pra pisar só neles e muito longe pra pisar a cada dois deles. Mas enfim, 5 horas e meia depois eu estava em Aguas Calientes. Durmi por lá e no outro dia estava sem condições de subir a montanha toda a pé, e apelei pro ônibus de 7 dólares... Mas foi uma decisão acertada, porque de lá de cima dá pra subir até uma outra parte, uma montanha mais alta onde tem umas ruínas também, Wayna Picchu, que só 400 pessoas podem ir por dia, e é íngrime afu e leva uma hora e meia pra subir, se eu tivesse subido a pé até Machu Picchu nunca que eu ia ter conseguido subir Wayna Picchu. Aquele lugar todo é muito louco... tentar imaginar como as pessoas viviam ali, no meio do nada, aquelas construções com aquelas pedras perfeitamente encaixadas... É de se admirar mesmo.... E fica em um lugar muito bonito, as montanhas todas na volta... Tudo muito bonito... Não tenho muito o que dizer em termos históricos porque eu não segui nenhum guia, só fui andando e curtindo o lugar, pra maiores informações melhor perguntar ao Google. Até porque o pouco que eu ouvi dos guias cada um dizia histórias diferentes... Pra descer a montanha eu desci a pé, pra baixo todo santo ajuda, mas cheguei lá embaixo agonizando, e sabia que não tinha a menor possibilidade de eu voltar caminhando pelos trilhos... Peguei o bom e velho trem até Ollantaytambo e um microonibus até Cuzco. Cheguei num bagaço, mas cumpri a missão de ir até Machu Picchu. Se querem uma dica, não caminhem até a hidrelétrica, existem vans que levam... Poupa umas 2 horas e meia de pernada que fazem diferença no outro dia... E se informem bem pra não se perder como eu... mas eu já to acostumado a dar uma perdidinha sempre...
Por fim, depois de dias em Cusco esperando notícias do tal do correio desisti e peguei um ônibus pra Arequipa e outro pra Arica, já no Chile, onde me encontro nesse momento deitado na cama em uma hospedagem perto da rodoviária. Primeira impressão sobre o Chile: muito mais 'globalizado' que o Peru, mesmo bem perto da fronteira... Nem todo mundo tem cara de índio, tem até uma galerinha Indie, e tudo é mais caro. Amanha vou tentar conhecer a praia e no outro dia já quero ir pra San Pedro de Atacama.

2 comentários:

  1. Cada vez tu me surpeende e coloca uma foto mais bonita. Absurdo esse lugar.

    nem sinal de saudade?

    te cuida
    beijos amor

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  2. hahahahahahaha ri muito! eu to acostumada tbm, sempre que algum indício de indiada pode acontecer comigo...acontece! fato.

    vou te ler aqui sempre! curti mto! aproveita mega aí, as fotos tão o máximo.

    "Não tenho muito o que dizer em termos históricos porque eu não segui nenhum guia, só fui andando e curtindo o lugar, pra maiores informações melhor perguntar ao Google. "
    heueheueheueheuehe

    beijos

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