sexta-feira, 31 de julho de 2009

28 07 09 17h10

28 07 09 17h10

Eu sei que faz dias desde a última vez que eu postei alguma coisa no blog, mas é que eu não queria falar nada antes de estar tudo certo, pra não dar azar.
No dia em que voltei do Downhill de bike até Coroico (que de coroico eu só vi a placa, já que fomos direto pro hotel que tinha o restauras), entrei na internet e havia um e-mail do hotel Samana Chakra, de Máncora, um dos dois pra onde eu havia mandado meu currículo, perguntando se eu já estava em Mancora. Continuamos nos falando por e-mail mas no outro dia já fui pra Sorata, que fica mais ao norte. Fiquei uns dias lá numa pousada bem legal e barata até combinar tudo certo com a dona do hotel por e-mail, e então iniciei a Segunda Grande Saga de vários dias intermináveis sentado num ônibus. Primeiro peguei uma van em Sorata até Huarina, onde desci numa bifurcação e fiquei esperando uma van pra Copacabana, que não demorou muito. O caminho de Sorata a Huarina pareceu bem mais curto do que na ida, talvez porque eu estava sentado na frente, e não estava submetido ao aperto e o mau-cheiro do último banco. Para chegar a copacabana chega um ponto onde a van tem que atravessar o lago Titicaca em uma parte, então todos tem que descer e pegar um barco (e pagar) para atravessar enquanto a van atravessa numa balsa roots. Entramos na vam de novo e seguimos. Copacabana é mais uma cidade “pra inglês ver”. Tudo é caro porque tudo é pra turista gringo que vão pra lá cheios da grana e fazem com que tudo seja mais caro. Fui direto procurar um ônibus pra seguir viagem, pois tinha que ir a Puno primeiro, mas os ônibus só saíam as 18h30. Fiquei em Copacabana tempo suficiente pra ficar entediado mas não o suficiente pra ver o pôr-do-sol no Titicaca, pois já estava no ônibus e só vi relances. Como Copacabana é bem na fronteira, tivemos que descer e fazer toda papagaiada de carimbar passaporte e preencher formulário, o que levou um bom tempo. O caminho até Puno levou algumas horas mas foi de boa. Em Puno descobri que pra chegar a Lima deveria primeiro ir a Arequipa, que é bem no sul do Peru... Dei uma pesquisada e vi que haviam ônibus de mais de 100 bolivianos, mas daí fui perguntando e achei uma companhia que fazia por 15. A Tours San Juan, da qual eu nunca havia ouvido falar, Possuía um ônibus rosa e preto, com o vidro da frente do andar de cima quebrado, mas tudo bem. Olhei pros motoras enquanto esperava e concluí que se eu tivesse na rua e eles tivessem no caminho eu atravessaria a rua, mas tudo bem. Depois vi que o motora tava com uma cara de sono... Mas tuuudo bem... Quando me sentei tratei logo de por o cinto só pra garantir... E quando ele arrancou vi que a minha janela parecia meio solta.... Mas... Tudo bem... Consegui pegar no sono e acordei são e salvo em Arequipa, às 4h40 por aí depois de ter saído às 22h. Procurei ônibus pra Lima, e comprei da Cruz del Sur, uma companhia bem melhor, por 60 bolivianos. Ate aí não fazia idéia de quanto tempo levava até Lima... Aconteceu que depois de sair e viajar um bom tempo passamos por uma placa que dizia Lima 800 e cacetada km... Terminou que saí de Arequipa às 6h30 e passei a viagem inteira sentado atrás de uma criança que não parava de encher o saco e fez questão de cagar no meio do caminho pra mãe ter que trocar a fralda no banco da minha frente. Não consigo entender como é que pode todos os ônibus terem mães com “crianças de colo” que tornam a viagem mais desagradável possível. Acho que se existisse uma companhia que garantisse que em seus ônibus não iria nenhum bebê ou criança dormindo no corredor ou gritando ou atazanando poderia cobrar até o dobro que valeria a pena. Chegamos em Lima e já passava das 22h. Tive que durmir em um hotel perto do terminal da empresa, e lá descobri que em Lima não existe uma rodoviária... Cada empresa tem seu terminal, o que fez com que eu não pudesse comprar passagem logo como fiz em arequipa, e tive que passar a noite num hotelzinho ali perto, mas que foi de boa. No outro dia peguei um táxi para ir até a esquina da 28 de julio com a nãoseioque da República, e depois de andar afu chegamos, mas não tinha nada lá. Depois que eu disse pro taxista que era praquela empresa que eu queria ir ele se deu conta de que existem duas 28 de julio que cruzam com a mesma rua. Eba. No fim me cobrou muito mais do que teria sido, mas passeei bastante por Lima. Cheguei na empresa e já não haviam mais ônibus para Mancora naquele dia. Saí com minha super-mochila indo atrás de outras empresas que fizessem o mesmo trajeto. Encontrei uma que, obviamente, só sairia às 18h. Passei o dia dando banda nos arredores procurando algo decente pra comer e usando a internet de vez em quando. Comi uma tortilla de verduras, boa, apesar do troço morno que eles dão pra tomar junto que eu achei uma bosta. No fim, peguei o ônibus e, obviamente, tinha uma “mãe com criança de colo” do meu lado e outra atrás de mim. A criança do meu lado nem posso reclamar, porque era tranqüila. Mas os de trás ficavam perambulando e batendo no meu banco o tempo todo até encher o saco.
Até Mancora foram mais várias horas, sei que cheguei perto do meio-dia, e fui direto pro hotel.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Os computadores aqui em Sorata são um lixo, e é mais caro que em qualquer outro lugar...Vou fazer de novo como eu tava fazendo na convenção, escrever, gravasr no pen drive e ir pra lan house...
O downhill de bike ate Coroico foi muito massa.... Cada paisagem inacreditável.. Começa em 4000 e tantos metros de altitude, a gente para na beira da estrada e nos dão a bicicleta e capacete e luva e roupinha... Só tinha eu de brasileiro, e todas as outras pessoas (umas 20) que foram juntos eram da Eslovênia, e de dois grupos diferentes... Passavam o tempo todo conversando e dando risada entre eles e eu e os guia boiando... Daí começa todo mundo junto, é uma estrada asfaltada, boa... Vamos até um lugar onde tomamos um café da manhã reforçado e depois fomos de carro até um outro lugar, que aquela sim era “La carretera mais peligrosa del mundo”... É uma estrada de chão na beira da montanha tipo estrada que vai pra serra soh que com espaço para um carro só, estrada de chão, e uma altura muuuuuuito maior... Mas se vai na manha não tem problema... No meio da descida tem duas paradas pra comer e tomar água, depois pegamos uma parte onde a estradaé menos perigosa porque tem mato dos dois lados, então tu não tem como ir muito longe, mas em compensação a estrada é bem pior... É muito louco ver as mudanças na paisagem ao longo do caminho... Tem partes que parecem ser um deserto e outras parecem uma floresta tropical... Deu pra ver bem como o relevo interfere na formação de nebulosidade em determinados lados da montanha que se dissipam do outro lado, e que fazem ter climas bem diferentes em regiões muito próximas. Depois que termina o caminho de bike vamos de carro até um restaurante onde dá pra tomar um banho e tem piscina também tudo incluído. Eu só comi, nem tomei nada pra não gastar, tomei banho e fui dar uma bodiada do lado da piscina... Durmi umas horas, acordei e os eslovenos que tinham ido no mesmo carro que eu tavam dê-lhe ceva desde que chegaram... Daí a volta foi toda cm os maluco bêbado gritando e cantando na língua bizarra deles.. Chegamos em La Paz quase de noite, e acabei não fazendo muita coisa.
Ontem acordei, olhei umas coisas na internet, comi duas empanadas de queso do lado do hotel e peguei um táxi até o lugar onde se pega uma van pra Sorata. O caminho foi uma das maiores indiadas até o presente momento... A van é tipo essas Bestas só que muito mais velha, bombando de gente dentro, altamente desconfortável, ouvindo música palha alto e numa estrada interminável. Primeiro atravessa El Alto com seu trânsito organizado e respeitoso... Depois de muito tempo pega uma estrada que vaaai.... O bonito é que fica o tempo todo uma montanha gigante com neve ao nosso lado... Até chegar em uma parte que começa a descer (em ziguezague) durante muuuuuito tempo. Parece que nunca vai chegar. Quando chega é um alívio... Sorata é uma cidade pequena cheia de pousadas com um visual muito massa, e uma atmosfera muito massa... Cheguei e fui direto pra pousada, que também tem um visual muito massa... Chegando lá encontro uma galera que tava na convenção e mais um pessoal da França, Argentina... Fiquei um tempo e depois fui até ao redor da praça me irritar com a internet... nada funciona... msn não conecta por nada... Skype não funciona nunca os fones... Ligar normal é muito caro...A internet é lenta... Me irritei e fui embora... fui comer uma massa num restaurantezinho por ali e depois fui pra pousada... Tem um lugar onde a galera fica conversando e curtindo um sol ou uma sombra e brincando com os macacos que ficam ali amarrados mas que vão até a gente e roubam nossas comidas... Também tem um pit-bull e vários filhotes perambulando... e um gato também... Mas aqui tem cozinha, vou começar a fazer coisas pra comer aqui mesmo... Tem um rio aqui perto que eu quero ir uma hora... talvez agora de tarde...
HOJE SEM FOTOS PORQUE EU ESTOU A 40MIN ESPERANDO CARREGAR AS FOTOS NESSA CARROÇA

sábado, 18 de julho de 2009

18 07
















Hoje fui pra montanha Chacaltaya, que é uma montanha de 5.400m acima do nível do mar... Não foi dessa vez que eu fiz um boneco de neve, porque agora é muito seco e não tinha nada de neve naquele pico... só numa montanha do lado, Huayna Potosí, que tem 6 mil e cacetada metros de altitude. Mas a vista lá é sensacional. Pra chegar lá levou uma cara... Mais de duas horas eu acho... Numa estrada sinistra... O ônibus para a 5300m e pra chegar nos 5400 tem uma caminhada de uns 600m que parecem 6km... Tive que parar umas duas vezes no meio do caminho e tomar um pouco de chá de coca que um alemão que foi junto tinha levado... Lá sim deu pra ficar em paz... um silêncio... aquela imensidão... Aquilo sim é paz... La Paz não tem nada de paz... É um monte de gente vendendo coisa na rua, vans passando com gente gritando, Gringos por todos os lados... Ali sim deu pra ficar sossegado... Mas foi cansativo...





Depois fomos para o Valle de la Luna, que fica na zona sul, perto de onde foi a convenção. É um lugar que tem uma formação rochosa diferente do resto, é uma rocha sedimentar que intemperiza formando umas figuras tri diferentes.. Foi interessante porque deu pra ver mais de perto aquelas paisagens que eu só via de longe quando tava na convenção, e ali ficamos dando banda por tudo. Acho que essa vai ser minha última noite em La Paz... amanhã vou fazer um downhill de bike até Coroico, talvez passe a noite lá... E depois vou a Sorata... Sair um pouco dessa rota de turistada... Cansa um pouco essa coisa de "por aqui... agora tira uma foto ali... não passa a cordinha... Não tira foto aqui... segue o guia...." sei lá não é pra mim... Sorata dizem que é mais sossegado e tem lugares muito bonitos... Depois vou a Copacabana, de volta pra rota da turistada... hua

sexta-feira, 17 de julho de 2009

17 07
















Hoje fui conhecer as ruínas de Tiwanaku. Trata-se de um povo pré-inca que viveu numa região perto do titicaca e que impressiona por sua engenharia e seus simbolismos. Existiu desde mil e tantos antes de Cristo até começar a se fragmentar e sucumbir por causa das mudanças climáticas lah por 1600 e tanto... ou mais... nem sei. O que eu achei mais louco é que encontraram até cavalo marinho nas escavações por lá, e tem caranguejos nos desenhos que eles faziam... Sendo que isso tudo é no meio do continente... Dá pra ter uma noção de como as coisas já foram diferentes... A cidade tinha todo um sistema de canaiis que levavam a água que vinha cristalina do topo das montanhas, que na época tinham neve, mas hoje não tem mais...sem contar as pedras de sei lá quantas toneladas... Foi cansativo como tudo por aqui que tem que se caminhar... mas valeu... Amanhã vou para uma montanha onde fica uma estação de esqui, mas que só funciona quando tem neve, que é lá por janeiro...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

16 07







Estou nesse momento em um café na Calle Sagarnaga em La Paz comendo um Sanduíche Vegetariano Quente tri bom mas minúsculo e aproveitando q aqui tem wireless... Na verdade só por isso que eu vim aqui... cansei de usar computador podre de lan house q nunca funciona direito os negocio enquanto eu to cm um na mochila...



A merda é que no hotel que eu tô não tem tomada nos quartos... então vou ter que desligar daqui a pouco o note pra carregar o celular e a camera q eu to com todos sem bateria.. Que beleza...



Ontem fiquei com dor de cabeça de novo e tomei 2 sorojchi pills e fui pra barraca... Depois fui ver a última noite de apresentações que tava bem legal... Depois teve o Renegados que é pra quem não se apresentou nenhum dia e quer fazer alguma coisa por mais bobice q seja... teve umas coisas muito engraçadas mas que não tem como explicar aqui...



Depois que acabou dei um tempo na fogueira e fui dormir... Não tava muito na pilha de ficar por lá... Na verdade queria dormir pra acordar hoje e arrumar tudo logo... Fiz isso, levei um tempão pra arrumar tudo porque na vinda eu vim atrolhado de roupa e agora tava soh de bermuda e camiseta, daí não cabia mais nada... Mas consegui até dar um jeito de pendurar o cavaco do lado de fora da mochila e vim com as mãos livres. Peguei um taxi e cheguei no Hotel Torino e na frente já encontrei uns paulistas que eu tinha conhecido em Puerto Quijarro... Daí deixei minhas coisas e fui tomar um banho, e, na primeira vez que saí do quarto já tranquei ele com a chave dentro... Daí tive que ir lá embaixo e o cara me emprestou o molho com TODAS as chaves do hotel pra eu abriro meu quarto e levar lá depois... daí que eu vi a segurança que eu tava... heuhe Fui fechar os passeios alí no hotel mesmo e já fechei Tiahuanaco pra amanhã, Chacaltaya e Valle de la Luna pra depois de amanhã e o downhill de bike até Coroico no outro dia, pra caso eu decida ficar por lá mais um dia... Todos por 50 dolares... Foda é que isso não inclui as entradas nos parques nem alimentação... vai mais um tanto... Mas é pra conhecer esses lugares que eu fiquei em La Paz, então azar... economizo em outras coisas...



Hoje já fui deixar minhas roupas sujas na lavanderia que a situação tava critica e eu só tinha a camiseta do corpo... vou buscar amanhã. Foda é que La Paz tudo é lomba, e pra ir pra qualquer lugar tu fica sem ar. Vou lá que ainda tenho que carregar a maquina e o celular pra acordar amanhã... enquanto espero minha fanta que acho que ela esqueceu...



As outras fotos ficaram todas meio tremidas... menos a da Emília indo embora... Ela é muito mais fotogênica.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

15 07

Ontem fiquei meio mal de dor de cabeça e tomei um remedio e fui durmir na barraca um pouco... depois passou... teve o cabaret, que estava bem melhor do que ontem... Um número de malabares cm um cara mt loco q interpretava um médico alemao tri do mal... Um número de cigar box de luz que eu nunca tinha visto e achei mt massa, pena q o cara errou muito... Depois foi a noite do fogo.... muuuitos malabares de fogo... 3 passando claves do monociclo girafa... e varios outros... Depois que acabou peguei meu cavaco e fui prum canto e fiquei tocando daih chegou um cara e perguntou se nao era afim d fazer um som junto, que ele tinha uma viola... daih ele foi lah buscou a viola e ficamo tocando... daí chegou mais um com um charango e depois outro e mais um com uma viola... Daí chegou ainda o palhaço gordo do outro dia e ficou cantando e tava mt massa... ateh q chegaram uns trazendo uma caixa de som alih pro lado e acabaram com nosso som pra botar uns eletronico palha... Mas enfim... dei mais um tempo em volta da fogueira e fui dormir... Hoje também nao fiz grandes coisa... oficina de claves d canto... almocei... fiquei trenando um poco e daih vi pra cah falah cm a neni q eh o q me alegra mais no dia qd eu to lah meio entediado... sei lah.. to cansando mt rapido d jogah malabares daih nao to conseguindo treinah mt e daih jah fico meio perdido... acho q amanha jah acaba e daih vo pra um otro lugar dah as bandas q eu quero dar pq aqui sei lah... jah to me sentindo meio aprisionado ao lugar... mas hoje pra variar o microfone nao funcionou... meio precaria essas lan house... pelo menos deu pra ouvir um pouco a voz da neni (mesmo que só dizendo ¨alo?¨) e jah fica tudo bem...
E depois que eu vi que eu passei em tudo e ainda tirei 9 na prova de recuperaçao de hidraulica... Tirei um peso gigante das costas... (mas ainda tao doendo de se abaixar pra juntar as claves...) enfim... acho q vou voltando que tah esfriando e eu to de bermuda... NENI TE AMO DEMAIS MAIS QUE TUDO NESSE UNIVERSO OBRIGADO POR EXISTIR E GOSTAR DE MIM!

terça-feira, 14 de julho de 2009

14 07











Cheguei ontem de manhã na convenção e aqui tomada é algo escasso e internet não pega em lugar nenhum... vou escrever tudo aqui no word e gravar num pen drive pra depois ir em um lugar com internet...
Santa Cruz de la Sierra foi outra cidade que eu só passei o dia inteiro esperando o ônibus. Tentei dar umas voltas na cidade, mas não achei nada de interessante perto da rodoviária e não tava afim de ficar pegando ônibus ou táxi pra ir atrás de algo... Então passei quase todo o dia na estação ou na grama do lado de fora da estação cochilando e montando o cubo. Lá todos andam meio preocupados com a tal da gripe então uma galera tava usando “barbijos”, aqueles negocio de por na cara que eu esqueci o nome. Eu tinha um também que o pai tinha me dado e fiquei usando um pouco também...
Conheci uma guria que veio puxar assunto enquanto eu tava montando o cubo e de início eu não tava dando muita conversa até porque não entendia quase nada... mas ela insistiu e daí que eu fui descobrir a história dela... O nome dela era Carmen, tinha 17 anos e há um tempo atrás ela conheceu um brasileiro em Santa Cruz que depois foi dar uma banda também como todo mundo... Mas ela só sabia o nome dele e que ele não tinha família e fazia Agronomia... Então ela vinha falar com quem ela achava que talvez pudesse conhecer... Ela disse que ia todos os dias na estação esperar pra ver se ele aparecia... Que loucura...
Mas peguei o ônibus as 17h30 e troquei de lugar com uma senhora e acabei indo bem na frente daqueles ônibus de dois andares... Na frente da janela... a vista era massa, mas não era bom ver o quanto o motora era suicida... Ultrapassava em qualquero lugar e quem vinha no outro sentido que fosse pro acostamento...
Cheguei de manhã em La Paz e enfim me senti na Bolívia... O altiplano boliviano é uma paisagem totalmente diferente de tudo que eu já tenha visto antes... Pena que não consegui ficar acordado muito tempo durante a viagem...
La Paz é uma cidade muito bonita. Completamente diferente das outras cidades que eu tinha passado. Praças floridas tri bonitas... Tudo bem enfeitado... O trânsito um pouco caótico obviamente... mas foi legal a caminhada que eu dei por lá até pegar um táxi. Aqui os táxis não tem taxímetro, o preço é combinado antes. O taxista me trouxe até a convenção por 15 bolivianos. A convenção é no bairro Los Pinos, um bairro bem bonito no meio de várias montanhas muito loucas.
Cheguei na convenção meio perdidaço só querendo tomar um banho... Mas daí descobri que não tinham instalado as “duchas” ainda. Tive que tomar um banho de lenços umedecidos. Já era o terceiro dia sem banho... Tomei banho no dia 10 e só fui tomar outro hoje, dia 14. Ontem daí fiquei angustiado sem banho e sem conseguir conectar na internet e sem me coordenar pra falar com ninguém e fui dar uma caminhada pela vizinhança... Encontrei uma internet e telefone e consegui falar com a mãe e com a mulher da minha vida que eu já não agüento mais de saudade. Isso me aliviou um pouco. Passei o resto do dia jogando malabares, até surgir a vontade de ir no banheiro e eu descobrir que o banheiro aqui era só um pra todo mundo e era um buraco no chão improvisado... Então fui dar outra banda atrás de um banheiro... Passei por um troço tipo McDonalds que eu vi de fora que tinha um banheiro... Então entrei, pedi uma batata-frita e uma coca e fui reto no banheiro. Depois de mais aliviado, comi minha batata e minha coca e fui dar mais uma caminhada. Esse bairro é um bairro mais rico da cidade. Várias casas e prédios grandes e uma rua cheia de lojas e tal. Depois voltei, comprei um salgadinho e fui comendo até a convenção. Fiquei rateando um pouco, tocando cavaco, até a hora do cabaret. Nada de novo, só os mesmos números de sempre, as mesmas portagens de sempre, malabares sem nenhum grande truque... Só tinha um gordo lá que era engraçado. Mas fez um número de palhaço como lutador de sumô (como sempre). Depois do cabaret encontrei a Manuela, que tinha chegado lá de noite, e daí já não fiquei mais tão perdido porque tinha alguém que me entendia e que eu entendia também... Encontramos mais uma galerinha e fomos dar outra banda na rua atrás de ceva. Fomos encontrar só depois de muito andar, e caro ainda, 6,50 a lata de Paceña. Eu ainda não tinha tomado a famooosa Paceña, e achei bem boa. Depois voltamos, tava rolando uma festinha, fiquei ali um pouco e fui bodear.
Hoje quando acordei já tinha perdido o café da manhã. Fui pra oficina de manipulação de claves e quando deu uma esquentadinha eu fui tomar banho finalmente. As “duchas”eram mangueiras penduradas que ficava caindo água de conta-gotas e pra abrir ou fechar tinha que prender num arame. Até que uma hora parou de pingar e eu estava todo ensaboado. Mas daí eu vi que a lona de cima estava cheia de água, decerto que vazava das mangueiras, daí fiquei embaixo dum furo da lona e fui empurrando aos poucos a água pra lá, até que consegui tirar o sabão mais ou menos. Hoje o almoço foi pior que o de ontem, mas a fome tava tão grande que não sobrou nenhum grãozinho de arroz. Daqui a pouco vou pra cidade tentar botar isso na internet. Agora vou dar um bizú nas oficinas.

12 07
















12 07 09 mañana
Cheguei a pouco a Santa Cruz de la Sierra. Ontem acabei nem ligando o note porque aquela cidade de Puerto Quijarro não me inspirou nenhuma confiança... Mas enfim.
Depois de passar umas 8 horas esperando no aeroporto de Campinas, embarquei no vôo para Campo Grande praticamente às 22h. O vôo transcorreu sem problemas, apenas a aterrissagem teve a suavidade de uma pedra.. Cheguei em Campo Grande e dividi um táxi até a rodoviária com umas mulheres que estavam lá para fazer um concurso para o tribunal de justiça. Cheguei na rodoviária a tempo de pegar o último lugar no último ônibus para Corumbá. Campo Grande estava um calor abafado que acabei tirando jaqueta e casaco e ficando mais atrapalhado ainda pra carregar todas as coisas. O ônibus da Andorinha era bem confortável e eu desmaiei praticamente o caminho inteiro.
Cheguei em Corumbá de manhã bem cedo... umas 6 e pouco.. Queria ir logo pra estação para comprar a passagem pro trem, mas me disseram q táxi ia ser de 25 a 30 reais até a fronteira. Então apareceu um moto-taxi que me levava lá por 10 reais. Eu topei. Primeira grande aventura com risco de vida da viagem.... se já é perigoso andar normalmente imagina com uma mochila de quase 20kg te puxando para trás... Quando ele arrancava meus pés saíam do apoio e eu tinha certeza que ia ao chão. Ainda um vento frio cortante e não chegava nunca. Quando cheguei a imigração tava fechada então fui direto pra estação. Cheguei antes de abrir mas para minha surpresa já estava tudo esgotado antes mesmo de abrir...Voltei para carimbar o passaporte e fui pra lá de novo atrás de um ônibus, porque eu é que não queria ficar mais um dia naquela cidade.
Puerto Quijarro é uma cidade visivelmente pobre, a maior parte de suas ruas são de barro, não tem como não se sujar todo, tudo é muito sujo aos olhos de quem não está acostumado. Não consegui almoçar comida por lá. Não me encorajei. Encontrei uns paulistas lá e ficamos dando umas voltas pela cidade. A cidade tem uma certa beleza exótica se tu consegue observar... É diferente, autêntica. Comemos um alfajor caseiro ruim de coco com recheio de um pingo quase imperceptível de doce de leite e eu pedi uma água quente pra fazer um chimas. A mulher me cobrou 5 bolivianos pela água mas esqueceu de cobrar o alfajor. Nem avisei ela... ela me tirou pra guri então também não ia corrigir os erros dela... Eu sou guri... Ela que é a esperta... De qualquer forma, 5 bolivianos por um alfajor ruim e uma água quente já era caro o suficiente. Ela também quis cobrar 2bs por uma bolachinha que estava escrito 1bs. na embalagem.
A passagem de ônibus que eu comprei saiu por 80bs, mais barato que o trem, mas como o taxista me disse, “no hay conforto”. O El Carreton saía as 16h do grandioso Terminal de Autobuses de Puerto Quijarro. Trata-se de um galpão. Cada companhia tem uma mesa, no máximo uma divisória. A El Carreton tinha até uma salinha. Sem computador nenhum, obviamente. (Ainda que lan house lá é mato... pelo menos umas 2 por quadra. Fiquei 2h em lan houses diferentes a 4bs a hora para matar tempo). No outdoor da empresa do lado de fora da estação apareciam dois baita ônibus da empresa numa estrada, como se fosse uma frota tri nova... Mas observando bem dava pra ver que o nome da empresa no ônibus era uma montagem, e que o outro ônibus da imagem era o mesmo, só invertido, e não se deram nem ao trabalho de endireitar o nome.. ficou ao contrário mesmo. Óbvio que o ônibus era toscão, amarelo, velho, sem nem banheiro. Galera em pé, criançada dormindo no corredor, o banco da frente me esmagando os joelhos... Um espetáculo.
Ainda no caminho os porco entraram e pediram passaporte meu e de mais uns e só mandaram eu descer... me perguntaram se eu era agente da Polícia Federal (?) e disseram que tavam fazendo isso por causa dos problemas com terrorismo (??) e perguntaram o que era os cabos do note... De certo eram explosivos pro meu atentado terrorista...
Voltei para o ônibus onde continuava a confusão de umas pessoas que entraram depois com passagem com lugar marcado e já tinha gente sentada naqueles lugares o que gerou uma bela discussão de senhoras bolivianas. Comecei a conversar então com os outros brasileiros que estavam no ônibus... Uns paulistas que estavam indo para o FELAA, que eu pensava em ir, mas que mudou de lugar. No caminho paramos pra comer uma massa fria com aipim frio e batata frita mais ou menos morninha. Tudo servido com as mãos (com luvas...) A viagem prosseguiu e chegamos agora de manhã em Santa Cruz de la Sierra... Até não foi tããão ruim assim... Mas hoje eu vou a La Paz de Bus Cama, só pra garantir... heuheue
Não sei ainda o que vou fazer até a hora de ir...Tô aqui escrevendo pra matar o tempo, queria saber onde tem wireless pra eu postar isso em algum lugar, mas não sei como perguntar por isso...

10 07


10/07/09 12h29

Acabamos de decolar e eu consegui parar de chorar agora a pouco... Eu que achei que seria mais forte fui quem encheu os olhos de água quando me dei conta do tempo que vou ficar sem olhar pra minha nenezinha de perto... Pros olhos dela que são a luz da minha vida.... Mais do que nunca eu tenho absoluta certeza agora de que ela é a pessoa com quem eu quero viver até o fim da vida... Estou ouvindo as músicas que ela gravou pra mim e já comecei a chorar de novo... Preciso parar de pensar nela agora senão eu não agüento... não vou conseguir parar de chorar nunca...
Tentando mudar de assunto... O céu estava totalmente encoberto e foi uma viagem atravessar as nuvens e ver aquilo tudo de cima... aquela imensidão branca... fiquei imaginando se seria Stratocumulus... Nimbostratus... ou o que seriam... e me dei conta que eu não manjo nada de climatologia sem o polígrafo ou o resumo da Karina...
Agora entramos em uma região bem menos encoberta, mas conforme vamos ganhando altitude parece que vamos nos dirigindo a uma nova camada de nuvens.... dá medo pensar que são formadas por cristais de gelo... Melhor nem pensar muito sobre isso.
Vou tomar meu suco de Laranja Caseira assim que esse avião parar de sacudir... uiuiui TE AMOO NENIIIIIIIIIIII PARA SEMPREEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
Tudo branco do lado de fora e a aeromoça falou que esrtamos passando por uma área de instabilidade.... OBA.. Cristais de gelo...colisão... coalescência...
Lembrei agora que o capitão falou que essa era uma aeronave 100% brasileira... Que medo....
Vou fechar aqui antes que saia voando... Que já estou ficando meio enjoado com esse sacolejo...