terça-feira, 14 de julho de 2009

12 07
















12 07 09 mañana
Cheguei a pouco a Santa Cruz de la Sierra. Ontem acabei nem ligando o note porque aquela cidade de Puerto Quijarro não me inspirou nenhuma confiança... Mas enfim.
Depois de passar umas 8 horas esperando no aeroporto de Campinas, embarquei no vôo para Campo Grande praticamente às 22h. O vôo transcorreu sem problemas, apenas a aterrissagem teve a suavidade de uma pedra.. Cheguei em Campo Grande e dividi um táxi até a rodoviária com umas mulheres que estavam lá para fazer um concurso para o tribunal de justiça. Cheguei na rodoviária a tempo de pegar o último lugar no último ônibus para Corumbá. Campo Grande estava um calor abafado que acabei tirando jaqueta e casaco e ficando mais atrapalhado ainda pra carregar todas as coisas. O ônibus da Andorinha era bem confortável e eu desmaiei praticamente o caminho inteiro.
Cheguei em Corumbá de manhã bem cedo... umas 6 e pouco.. Queria ir logo pra estação para comprar a passagem pro trem, mas me disseram q táxi ia ser de 25 a 30 reais até a fronteira. Então apareceu um moto-taxi que me levava lá por 10 reais. Eu topei. Primeira grande aventura com risco de vida da viagem.... se já é perigoso andar normalmente imagina com uma mochila de quase 20kg te puxando para trás... Quando ele arrancava meus pés saíam do apoio e eu tinha certeza que ia ao chão. Ainda um vento frio cortante e não chegava nunca. Quando cheguei a imigração tava fechada então fui direto pra estação. Cheguei antes de abrir mas para minha surpresa já estava tudo esgotado antes mesmo de abrir...Voltei para carimbar o passaporte e fui pra lá de novo atrás de um ônibus, porque eu é que não queria ficar mais um dia naquela cidade.
Puerto Quijarro é uma cidade visivelmente pobre, a maior parte de suas ruas são de barro, não tem como não se sujar todo, tudo é muito sujo aos olhos de quem não está acostumado. Não consegui almoçar comida por lá. Não me encorajei. Encontrei uns paulistas lá e ficamos dando umas voltas pela cidade. A cidade tem uma certa beleza exótica se tu consegue observar... É diferente, autêntica. Comemos um alfajor caseiro ruim de coco com recheio de um pingo quase imperceptível de doce de leite e eu pedi uma água quente pra fazer um chimas. A mulher me cobrou 5 bolivianos pela água mas esqueceu de cobrar o alfajor. Nem avisei ela... ela me tirou pra guri então também não ia corrigir os erros dela... Eu sou guri... Ela que é a esperta... De qualquer forma, 5 bolivianos por um alfajor ruim e uma água quente já era caro o suficiente. Ela também quis cobrar 2bs por uma bolachinha que estava escrito 1bs. na embalagem.
A passagem de ônibus que eu comprei saiu por 80bs, mais barato que o trem, mas como o taxista me disse, “no hay conforto”. O El Carreton saía as 16h do grandioso Terminal de Autobuses de Puerto Quijarro. Trata-se de um galpão. Cada companhia tem uma mesa, no máximo uma divisória. A El Carreton tinha até uma salinha. Sem computador nenhum, obviamente. (Ainda que lan house lá é mato... pelo menos umas 2 por quadra. Fiquei 2h em lan houses diferentes a 4bs a hora para matar tempo). No outdoor da empresa do lado de fora da estação apareciam dois baita ônibus da empresa numa estrada, como se fosse uma frota tri nova... Mas observando bem dava pra ver que o nome da empresa no ônibus era uma montagem, e que o outro ônibus da imagem era o mesmo, só invertido, e não se deram nem ao trabalho de endireitar o nome.. ficou ao contrário mesmo. Óbvio que o ônibus era toscão, amarelo, velho, sem nem banheiro. Galera em pé, criançada dormindo no corredor, o banco da frente me esmagando os joelhos... Um espetáculo.
Ainda no caminho os porco entraram e pediram passaporte meu e de mais uns e só mandaram eu descer... me perguntaram se eu era agente da Polícia Federal (?) e disseram que tavam fazendo isso por causa dos problemas com terrorismo (??) e perguntaram o que era os cabos do note... De certo eram explosivos pro meu atentado terrorista...
Voltei para o ônibus onde continuava a confusão de umas pessoas que entraram depois com passagem com lugar marcado e já tinha gente sentada naqueles lugares o que gerou uma bela discussão de senhoras bolivianas. Comecei a conversar então com os outros brasileiros que estavam no ônibus... Uns paulistas que estavam indo para o FELAA, que eu pensava em ir, mas que mudou de lugar. No caminho paramos pra comer uma massa fria com aipim frio e batata frita mais ou menos morninha. Tudo servido com as mãos (com luvas...) A viagem prosseguiu e chegamos agora de manhã em Santa Cruz de la Sierra... Até não foi tããão ruim assim... Mas hoje eu vou a La Paz de Bus Cama, só pra garantir... heuheue
Não sei ainda o que vou fazer até a hora de ir...Tô aqui escrevendo pra matar o tempo, queria saber onde tem wireless pra eu postar isso em algum lugar, mas não sei como perguntar por isso...

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